O segundo dia da Plenária Nacional da FASUBRA Sindical começou na manhã deste sábado, 10, no auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI). O evento conta com a participação de 187 delegados de 42 entidades sindicais de base.
Minuto de silêncio
Em memória aos companheiros Flávia Arantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Carlos Alberto Lustosa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Orlando Pugliese e Rogério Ramos de Lima da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) que faleceram recentemente, a plenária estabeleceu um minuto de silêncio.
Jurídico
A direção da FASUBRA orientou os delegados sobre o posicionamento das entidades quanto a solicitação do Sindicato Nacional dos Técnicos de Nível Superior das Instituições Federais de Ensino (ATENS) ao Ministério do Trabalho referente a carta sindical.
Análise de conjuntura
A Federação recebeu para a mesa de análise de conjuntura Felipe Demier, professor da Faculdade de Serviço Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a deputada federal Érika Kokay (PT/DF) e Sebastião Carlos (Cacau) da CSP Conlutas.
Realizou uma análise entre as diferenças da instituição do golpe que destituiu Dilma Rousseff do poder e do golpe militar de 1964, caracterizado como golpe no regime político da democracia liberal.
Para Demier, o sentido histórico do golpe se deve à necessidade do capital e da burguesia brasileira de implementar reformas que atacam os direitos da classe trabalhadora, “em um grau maior do que vinha ocorrendo”. Segundo ele, houve apoio de setores da classe média para que o golpe ocorresse.
O professor falou sobre o ódio de classe, antipatia e temor à proletarização dos setores sociais médios, “em tempos de crise econômica há uma piora quando se deparam com a ameaça dos setores operários, se levantando contra a proletarização de suas vidas, aderindo a um projeto conservador”.
Diante deste cenário também se misturam e intensificam ações como o racismo, machismo e xenofobia, “em um discurso fantasioso”, completou Demier. Na ocasião, afirmou que é fundamental a classe trabalhadora pensar em como agir, “lutar contra o governo Temer e debater estratégias por um projeto independente da classe trabalhadora”.
“O Brasil sofreu uma ruptura democrática que coloca em risco todos os direitos, e a democracia é a mãe dos direitos”, afirmou a deputada federal. De acordo com Érika, o Congresso Nacional vive a precariedade de representação parlamentar por meio do fundamentalismo religioso, patrimonialista e punitivo. “Esse governo tem medo da democracia direta e participativa da sociedade civil”.
Também destacou que a unidade da esquerda é fundamental para enfrentar o fascismo e o golpismo da bancada da bala, do boi, da bíblia e dos bancos (BBBB) no Congresso Nacional. Segundo Érika, a produção de conteúdo para traduzir aos trabalhadores o que realmente representa o Projeto de Emenda à Constituição 241/16 que destina recursos para insumos e congela salários e a reforma da previdência é de extrema importância.
A deputada afirmou que, “este governo não vai permitir manifestações contrárias, e sim criminalizar os movimentos sindicais e sociais”, diante da truculência da polícia militar nas últimas manifestações contra o governo Temer. Também destacou a tentativa de estatização da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), “ tentam quebrar a EBC e seu conselho curador que tem participação da sociedade civil”.
Cacau da CSP Conlutas realizou uma análise crítica sobre o governo petista. Informou sobre a movimentação das entidades sindicais em greve (bancários) e a deflagração de greve dos trabalhadores dos Correios na próxima semana.
Destacou as recentes aprovações no Congresso Nacional do PLP 257/16, da Desvinculação de Receitas da União (DRU) e da medida provisória que institui o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) alterando o marco legal sobre as parcerias público-privadas.
Para Cacau, há dois riscos para o movimento sindical, “absolutizar a força do governo Temer como se fosse resultado de um golpe ou uma onda conservadora ou achar que não houve mudanças e o governo Temer tem dado mera continuidade da política do governo Dilma”.
Segundo Cacau, as propostas de reformas para o Brasil também foram propostas à Grécia, Portugal, França e outros países da Europa, devido a crise mundial. Cacau falou sobre a necessidade de construir uma greve unificada dos movimentos sindicais e sociais do país para barrar os ataques à classe trabalhadora.
“Está colocada nas nossas mãos construir a greve geral, Fora Temer, fora esse congresso reacionário”! Também afirmou que os movimentos devem exigir eleições gerais.
Confira as próximas atividades da Federação:
Reunião no MEC
No dia 21 de setembro acontece a reunião no Ministério da Educação (MEC) para tratar do cumprimento do acordo coletivo de 2015, do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 241/15 que ataca diretamente os trabalhadores do serviço público e os investimentos em políticas sociais e os cortes no orçamento das instituições federais de ensino.
Caravana Nacional
Os coordenadores que compõe a comissão organizadora da Caravana Nacional em Brasília que acontece nos dias 12, 13 e 14 de setembro apresentaram o cronograma do evento. O acampamento será instalado no Centro Comunitário Athos Bulcão da Universidade de Brasília (UnB).
III Encontro Nacional de Comunicação
Nos dias 20, 21 e 22 de outubro acontece o III Encontro Nacional de Comunicação da FASUBRA. O evento voltado aos profissionais da comunicação e coordenadores dos sindicatos de base vai apresentar o conceito de Rede de Comunicação da entidade e questões técnicas da área do jornalismo sindical.
CONTUA
A FASUBRA vai sediar nos dias 10 e 11 de novembro o Encontro Internacional dos Trabalhadores Técnico-Administrativos das Universidades da América Latina e do Caribe, envolvendo sete países. A Federação faz parte da direção executiva da confederação que foi criada há seis anos. A FASUBRA ocupa os cargos de vice-presidente e secretaria de políticas de educação e formação. “É um espaço de organização dos trabalhadores das universidades em uma lógica na construção contra hegemônica do poder culturalmente determinado dentro das universidades desses países .” Em seguida ao evento internacional será realizada a a próxima Plenária Nacional da Federação.
Estaduais
O Seminário das Estaduais acontece nos dias 02,03 e 04 dezembro para discutir o a conjuntura (PEC 241/16 e PLP 257/16), financiamento e autonomia das universidades e o papel do estado. O local será definido em breve. O convite é direcionado às entidades filiadas e não filiadas à Federação.
Em 2017 será realizado o I Encontro Nacional de Extensão e Pesquisa da FASUBRA.
Fonte: FASUBRA Sindical