Servidores técnicos-administrativos das instituições federais de ensino superior reivindicam melhorias nas condições de trabalho e valorização salarial
O país, hoje, vê crescer uma “onda” de greves lideradas pelos servidores técnicos-administrativos das instituições federais de ensino superior, que reivindicam melhorias nas condições de trabalho e valorização salarial.
No Rio, todas as universidades e institutos da união têm os estatutários do quadro técnico paralisados. Os impactos vão da simples emissão de documentos, como diplomas, à organização dos calendários escolares dessas faculdades.
A indignação dos grevistas é direcionada à demora do governo em responder às propostas apresentadas pelas entidades representativas. O entendimento dentro da categoria é o de que o governo federal, que se elegeu com forte bandeira voltada à Educação, deixou de lado o funcionalismo que atua nesses locais.
De acordo com relatos de dezenas de funcionários técnicos-administrativos entrevistados pelo EXTRA, propostas de melhoria específicas para a categoria foram protocoladas há mais de seis meses, mas apenas recentemente houve um retorno, que não deu um fim definitivo à questão.
Em contrapartida, o governo corre, com a criação de uma equipe, para estipular uma proposta de reformulação, sem, contudo, tratar de negociações salariais.
Até agora, a rede federal tem 320 unidades em que os técnicos estão de braços cruzados.
Nos corredores, tudo indica que os professores irão aderir ao movimento, em caráter nacional. A verdade é que magistérios de universidades e instituições no Norte e Nordeste já aderiram à paralisação, mas falta o desfecho de assembleias de professores no resto do país para firmar os rumos de uma greve nacional na educação federal de nível superior.
Sindicalistas criticam governo
O diretor de Relações Institucionais da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, João Paulo Ribeiro, criticou o argumento do governo federal de que falta recursos orçamentários para conceder uma reestruturação dessas carreiras.
– As carreiras do serviço público federal seguem com prejuízos acumulados da inflação que corroeu seus salários durante os últimos governos. Com vontade política essas questões podem ser resolvidas.
Gustavo Serafian, diretor regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, vê a escalada do movimento como principal arma reivindicatória.
– Entendemos que a pressão posta pela crescente mobilização dos estatutários são os meios mais eficazes, ainda que sejam o último recurso do movimento sindical, para que o governo traga respostas efetivas.
União ressalta negociações
Em resposta às cobranças dos servidores, os Ministérios da Gestão e da Educação responderam ressaltando a criação do Grupo de Trabalho para tratar da reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação.
O relatório final do colegiado, entregue na última semana à ministra Esther Dweck, “servirá como insumo para a proposta do governo de reestruturação da carreira, que será apresentada aos servidores na Mesa Específica de Negociação”.
Além disso, o MGI ressaltou que concedeu reajuste linear de 9% a todos os funcionários federais no último ano. E também destacou o aumento de 43,6% no auxílio alimentação do funcionalismo federal.
Reprodução: Extra/Globo
Foto: Aymê Sousa