Enquanto o Brasil enfrenta grave crise na área da Saúde, Paulo Guedes, ministro da Economia, defendeu neste domingo (5) o congelamento por dois anos dos salários dos trabalhadores públicos, em reunião com parlamentares do DEM. Joao Paulo Ribeiro, o JP, secretário de Serviço Público da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), lembra que neste momento de pandemia é exatamente o serviço público que está salvando vidas. “Não valorizaram o SUS, não investiram no SUS e agora são esses trabalhadores e a estrutura do SUS é que estão na linha de frente”, explicou JP.
O novo ataque do Governo Federal aos trabalhadores públicos não surpreendeu o sindicalista e provocou o agendamento de uma videoconferência para esta terça-feira (7) com diversos segmentos do setor para repudiar a posição de Paulo Guedes. Segundo ele, existem trabalhadores públicos que estão há dois anos sem reajuste. “A imagem do trabalhador público é distorcida pela imprensa mas uma boa parte daqueles trabalhadores que atendem na ponta é mal-remunerada”, lembrou.
A austeridade não vem para todos na mesma medida, reiterou JP. “Escolheram os trabalhadores públicos como vilões do país mas para sanear as contas poderiam implementar a taxação das grandes fortunas. Todos os devedores da Previdência deveriam pagar. Congelam e cortam o salário dos trabalhadores mas o pagamento dos juros da dívida estão preservados”, enumerou.
João Paulo lembrou que países como Alemanha, Estados Unidos e Itália investem muito mais no serviço público do que o Brasil. “Temos uma baixa taxa de servidores públicos. A imagem que passam do trabalhador público é para destruir o serviço público e valorizar o setor privado”. Na opinião de JP, os efeitos da crise econômica tem provocado um avanço do capital para o setor público. “Querem jogar tudo o que hoje é público para a iniciativa privada. A Vale foi privatizada e não funcionou, o lucro veio acima do bem-estar da população”. Em 2015 e 2019, barragens da mineradora romperam e provocaram as tragédias de Mariana e Brumadinho com cerca de 300 mortos e graves danos ambientais.
Fonte: CTB