SERVIDORES FICAM INSATISFEITOS

Ministério do Planejamento alega que não pode se comprometer com reivindicações da categoria. Greve não está descartada
Ministério do Planejamento alega que não pode se comprometer com reivindicações da categoria. Greve não está descartada

A retomada das negociações entre servidores e governo federal sobre a campanha salarial de 2015 começou em clima de frustração. Ontem, quatro lideranças sindicais foram recebidas ao longo do dia no Ministério do Planejamento para a apresentação de pautas específicas de carreiras do Executivo. No entanto, as longas horas de diálogos foram insuficientes para atender às expectativas de algumas categorias, que não descartam greve em caso de não terem reivindicações atendidas.

“(O governo) continua alegando que não pode se comprometer em atender nossas exigências e pediu tempo para analisar a pauta. Mas, muito do que apresentamos, já é de conhecimento do Planejamento”, criticou o diretor-geral da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (Unafe), Roberto Mota. A entidade, que congrega as quatro carreiras: advogados da União, procuradores da Fazenda Nacional, federais e do Banco Central.

Na pauta de reivindicações da Unafe, estão a convocação de todos os candidatos aprovados nos concursos de procurador do BC e federal; a criação de uma carreira de apoio aos advogados públicos federais, além doapoio doExecu-tivo na aprovação das PECs nº 82/2007, que garante autonomia aos advogados públicos, e nº 443/2009, que estabelece a paridade remuneratória entre as carreiras jurídicas. Ambas tramitam no Congresso Nacional. “Se não obtivermos algum retorno, vamos intensificar o processo de entrega de cargos de chefia e de postos em comissão. Se mesmo assim não surtir efeito, entraremos em greve”, afirmou Mota.

Na abertura dos diálogos individualizados com o governo, líderes do Sindicato Nacional dos Servidores de Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sina-sefe) reforçaram a principal reivindicação do Fórum Nacional das Entidades – instituição que integra 28 representações nacionais e três centrais sindicais -, que pede o aumento linear de 27,3%, divididos em quatro anos.

No entanto, a falta de contraproposta do governo deixou os representantes insatisfeitos. “Praticamente, voltamos a cobrar mais do mesmo e, novamente, não obtivemos nada concreto”, lamentou o Marcos Dorval, da direção nacional do Sinasefe. A categoria pede, entre outras coisas, a reestruturação das carreiras de técnicos e docentes, democratização das instituições federais de ensino e isonomia de tratamento dos docentes. “Somos contra o ponto eletrônico. Não faz sentido a aplicação para nós, sendo que não há a mesma obrigatoriedade para os professores do magistério superior”, acrescentou.

Algumas cobranças dos sindicalistas, como o reajuste de 27,3%, podem não ser atendidas em decorrência do ajuste fiscal. Mas, para o vice-presidente executivo da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (ANFIP), Vilson Romero, a pauta é fundamental para não comprometer o combate à corrupção. Além da ANFIP, que integra o grupo Fisco, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), cobra a recomposição do valor do subsídio aos auditores, abertura de concursos públicos para reposição dos quadros de funcionários, atualização dos valores dos benefícios e valorização da carreira com a recomposição dos salários defasados.

Em março, o ministro Nelson Barbosa já havia afirmado que não há espaço fiscal para tratar desse número pelo impacto que provocaria na folha de pagamento”

Sérgio Mendonça, secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento

Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das
Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás
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