SEMINÁRIO DE SEGURANÇA ABRE DEBATE SOBRE VIOLÊNCIA E CONJUNTURA NACIONAL

SEMINÁRIO DE SEGURANÇA ABRE DEBATE SOBRE VIOLÊNCIA E CONJUNTURA NACIONAL
SEMINÁRIO DE SEGURANÇA ABRE DEBATE SOBRE VIOLÊNCIA E CONJUNTURA NACIONAL

Teve início na manhã de domingo (1/10), em Goiânia, o XXVI Seminário Nacional de Segurança das IPES e EBTTs. O envento, organizado pelo SINT-IFESgo, com o apoio da FASUBRA, da Universidade Federal de Goiás e da Coordenação Nacional de Segurança das IPES e EBTTs, reune cerca de 250 profissionais da área de vigilância de todo o país em torno de uma série de discussões e debates sobre a segurança nas Instituições de Ensino, até o dia 6 de outubro.

Após a recepção das delegações, que aconteceu durante todo o dia 30, os delegados eleitos em 33 Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES) foram credenciados e iniciaram os trabalhos do Seminário no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, situado no Câmpus Samambaia.

Abertura e regimento

A manhã do primeiro dia de discussões foi dedicada à abertura oficial do evento e da aprovação do Regimento Interno da atividade.

A mesa de abertura foi composta pelo Coordenador Nacional de Segurança das IPES e EBTTs em Goiás Ubirajara Pereira Silva, dos Coordenadores Nacionais da FASUBRA, Rogério Fagundes Mazola e Leia de Souza Oliveira, da Coordenadora Geral do SINT-IFESgo, Fátima dos Reis, do Coordenador Geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Fábio Júnior e do Reitor da UFG, Orlando Amaral.

Ubirajara Pereira falou sobre a satisfação de receber o Seminário em Goiânia e ressaltou a história de luta dos trabalhadores de segurança das IPES e dos desafios que a função terá no próximo período. “São 26 anos de história, que hoje contam com a ajuda dos nossos sindicatos, das instituições de ensino e da Fasubra. As instituições de ensino enfrentam enormes desafios na questão da segurança. Precisamos encontrar soluções”.

Fátima dos Reis ressaltou a importância da realização do encontro em Goiânia, em razão do aumento da violência que tem ocorrido nas Instituições de Ensino. “O encontro veio a calhar. Temos muitos problemas aqui na UFG, que sedia o Seminário, como a violência e o tráfico de drogas, presentes da rotina na nossa universidade. Por isso, precisamos fazer um debate muito sério sobre isso”, concluiu.

Em nome do DCE da UFG, Fábio Júnior afirmou ser fundamental que todos os movimentos sociais realizem, em conjunto, debates para encontrar uma solução para o problema da segurança que, segundo ele, “é estrutural e tende a piorar com o governo federal que está aí. Todos os movimentos sociais precisam pensar em conjunto como contornar essas situações. Nesse contexto, a função dos vigilantes é muito importante”, ressaltou.

O Reitor da UFG, Orlando Amaral, frisou a importância dos vigilantes para a universidade e a necessidade da realização de concurso público para a função. “A função dos vigilantes é vital em nossa universidade e a recomposição desse cargo é fundamental não apenas para a política da universidade, mas também do ponto de vista orçamentário, uma vez que a terceirização da segurança é a que mais consome recursos de custeio da instituição. Nesse sentido, a realização de concursos públicos para o cargo é muito importante”.

Orlando Amaral também comentou sobre os problemas de violência nos Câmpus da UFG e sobre a necessidade de debater a presença da Polícia Militar dentro da universidade. “O tráfico de drogas é o maior problema dentro da universidade. Precisamos fazer um debate sério e equilibrado sobre a presença da polícia dentro da universidade. A ideia de que a Polícia Militar não pode entrar aqui é um mito, e nós já perdemos um estudante – referindo-se ao homicídio de Ariel Ben Hur, há menos de um mês, em uma festa dentro do Campus da UFG. Essa discussão precisa ser feita e de forma desarmada, porque as universidades não dão conta de resolver esses problemas sozinhas”, concluiu.

Após a mesa de abertura, os presentes apreciaram e aprovaram o regimento do evento.

 

Conjuntura Nacional

O debate sobre conjuntura nacional foi o primeiro do Seminário em mesa composta pelo coordenadores da Fasubra Rogério Mazola, Leia Oliveira e Gibran Jordão.

Representando a FASUBRA, Rogério Mazola frisou a necessidade de observar a conjuntura nacional de ataques aos direitos dos trabalhadores. Citando várias das medidas tomadas por Temer, Mazola falou sobre os impactos nas universidades. “O encontro é fundamental porque a situação da segurança se agrava no contexto nacional que vivemos. Essa luta é muito maior do que as que já tivemos, porque ela ataca as universidades de todos os lados. O fim da nossa carreira – referindo-se ao PCCTAE – já está nos planos do governo, com o objetivo de reduzir o piso e tirar a linearidade do step”, afirmou.

Leia Oliveira alertou para a importância de fortalecer a luta contra os ataques do governo aos direitos dos trabalhadores. “Temos que ir às ruas, parar as universidades e contaminar o restante da comunidade acadêmica e do serviço público. Foram mais de 15 greves ao longo de 20 anos para conquistarmos a nossa carreira. Nossa luta agora é em defesa da nossa dignidade”, enfatizou.

Gibran Jordão alertou sobre os perigos do pacote de medidas anunciado pelo governo contra o funcionalismo público. “Esse pacote tem o objetivo de aumentar a alíquota da previdência, a reestruturação de todas as carreiras que significa destruir tudo aquilo que conquistamos. Nós precisamos construir um calendário de lutas unificado em defesa da soberania, contra as privatizações e por nenhum direito a menos. Precisamos fazer uma mobilização em defesa da educação pública e construir um indicativo de greve contra todos esses ataques”.

O Prof. Romualdo Pessoa falou sobre os impactos da crise do capitalismo no Brasil e no mundo, alertando que o caminho encontrado por este governo para sanar a crise é a retirada de direitos do povo. “A crise que vivemos hoje estourou em 2008, mas foi gerada muito tempo antes. Para salvar o sistema financeiro, os estados nacionais se endividaram muito em todas as partes do mundo. Para pagar essas dívidas, os governos irão tirar os direitos e conquistas dos trabalhadores. Nas duas últimas décadas foram realizados muitos avanços e todos eles estão em risco”, finalizou.

A programação do evento segue até o dia 6, com debates sobre a autonomia universitária e a política de segurança, o estatuto do desarmamento, a política de segurança da UFG, que desenvolveu o aplicativo Minha UFG e reestruturou o setor de vigilância com a acriação da Gerência de Segurança Institucional (Geseg). 

Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das
Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás
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