QUEM COMEMORA ‘RECUPERAÇÃO’ NÃO CONHECE ECONOMIA NEM HISTÓRIA, DIZ SICSÚ

QUEM COMEMORA 'RECUPERAÇÃO' NÃO CONHECE ECONOMIA NEM HISTÓRIA, DIZ SICSÚ
QUEM COMEMORA 'RECUPERAÇÃO' NÃO CONHECE ECONOMIA NEM HISTÓRIA, DIZ SICSÚ

Enquanto o discurso oficial é de que o Brasil saiu da crise rumo ao crescimento, o economista João Sicsú, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) usa a imagem de um homem no fundo do poço: “Ele dá uns saltos, mas continua lá”. Com isso, Sicsú procura demonstrar que o país segue em crise “e nada indica que a gente viva uma verdadeira recuperação”. E identifica um período ainda pior, de depressão.

Sicsú observa que crescimento não é sinônimo de recuperação. Para ele, a alta de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 deve-se, basicamente, a dois fatores: exportações do agronegócio e saques do FGTS. “Agora, no primeiro trimestre, muitos analistas do sistema financeiro já começam a reconhecer que o PIB será um desastre”, diz.

Quem comemorou o resultado do ano passado não conhece economia e nem história, afirma o professor. Os Estados Unidos só se recuperam da depressão de 1929 após 14 anos, exemplifica. Na crise atual, “o PIB perdeu 8 e cresceu 1” e o desemprego segue elevado. “Ninguém pode comemorar uma coisa dessas.”

Ele não vê consistência na “recuperação” atual. “Pode ter crescimento, mas as taxas são baixas e voláteis. Só se sai da depressão com um plano organizado. O Brasil precisa ter um plano de investimento em infra-estrutura. E de ampliação de benefícios sociais”, cita. Exatamente o contrário da política atual.

“Estamos completamente paralisados. Não temos ninguém para lançar corda ou escada no poço”, diz, novamente citando aquela imagem. “A crise política permanece. E as políticas de austeridade permanecem. Não é que a gente não tem um plano (de recuperação). Os fatores que levaram à depressão estão aí, deixando o nosso cidadão no fundo do poço.”

O economista ainda considera “nebuloso” o cenário do mercado de trabalho depois da entrada em vigor da Lei 13.467, de “reforma” da legislação trabalhista. “Ainda não temos muitos parâmetros”, comenta, acrescentando que a situação já era desastrosa antes. O estoque de empregos formais caiu acentuadamente, lembra Sicsú.

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, esse estoque chegava a 40,7 milhões em fevereiro de 2014. Em igual mês deste ano, era de 38 milhões. “A principal variável para se pensar em vigor econômico era o número de trabalhadores com carteira assinada.”

Outro indicador que ele considera relevante, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é o de estoque de capital da economia, uma taxa que, nos anos anteriores à crise, vinha crescendo em torno de 1% de um trimestre para outro. “Está tendendo a zero.” O estoque de capital aponta a capacidade de produção – e de crescimento efetivo – do país.

Fonte: Rede Brasil Atual

Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das
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