HUMANIZAÇÃO

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Atualizado em 08/11/13

GTH discutiu nesta quinta-feira, 07 de novembro, o tema “Humanização do HC: Promoção da saúde dos trabalhadores do HC em debate”. Evento reuniu representante do SIASS, SINT-IFESgo e profissionais do HC.

O Grupo de Trabalho da Humanização (GTH) do Hospital das Clínicas da UFG realizou na manhã desta quinta-feira, 07 de novembro, um evento que reuniu os trabalhadores do HC para discutir o tema “Humanização do HC: Promoção da saúde dos trabalhadores do HC em debate.” O evento faz parte do Humaniza SUS, uma Política Nacional de Humanização da atenção e gestão do Sistema Único de Saúde.

Foram convidados para participar do debate a enfermeira Edinamar Aparecida Santos Silva – que integra o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) -, enfermeira e assessora de Desenvolvimento de Pessoas do HC, Divina de Oliveira Marques, e o vice-coordenador da Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior (SINT-IFESgo), João Pires Júnior.

A coordenadora do GTH, assistente social Eulange de Sousa, fez a abertura do evento explicando o que é o GTH e quais são suas atividades. Ela afirmou que o GTH retomou suas atividades no HC no dia 05 de setembro de 2013 com o objetivo de buscar implementar ações da Política Nacional de Humanização do Governo Federal no Hospital das Clínicas da UFG. Entre as ações propostas pelo GTH estão a criação do Conselho Local de Saúde do HC – um órgão colegiado que conta com a participação de usuários, gestores e trabalhadores do HC – e a criação do S.O.U. (Serviço de Orientação ao Usuário) do HC.

A diretora de Gestão de Pessoas, Alexandrina Maria Adorno, enfatizou a relevância do trabalho do GTH para a qualidade da assistência prestada ao paciente do HC. “O trabalhador é o bem mais precioso de qualquer instituição, é o que chamamos de capital humano. Para que o paciente tenha uma assistência de qualidade é necessário que se cuide primeiro da saúde do trabalhador”, destacou. Alexandrina também falou sobre a dificuldade de conseguir a participação de todos os trabalhadores em um evento como esse.  “É difícil conseguirmos trabalhar com a saúde do trabalhador na realidade do HC, pois se um deixa o serviço para vir aqui, os outros profissionais ficam sobrecarregados.”

Enfermeira do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS), Edinamar Aparecida Santos da Silva foi convidada pelo GTH para falar sobre o trabalho do SIASS. Segundo Edinamar, o SIASS está estruturado na UFG há 01 ano, e tem o papel de avaliar o que está sendo feito nas unidades da UFG para a promoção da saúde do trabalhador, como atividades de lazer, por exemplo, e a preparação do servidor para a sua aposentadoria para que ele não chegue a essa fase estando doente. O SIASS atua em três esferas:  1ª) assistência à saúde: ações que visem a prevenção, a detecção precoce e o tratamento de doenças e, ainda, a reabilitação da saúde do servidor; 2º)perícia oficial: ações médica ou odontológica com o objetivo de avaliar o estado de saúde do servidor para o exercício de suas atividades laborais; 3º) promoção, prevenção e acompanhamento da saúde: ações com o objetivo de intervir no processo de adoecimento do servidor, tanto no aspecto individual quanto nas relações coletivas no ambiente de trabalho.

Segundo Edinamar, o HC possui muitas particularidades, o que o torna uma unidade diferente das demais da UFG. Uma dessas particularidades é o ritmo de trabalho, que é contínuo, ou seja, o HC funciona 24 horas por dia, aos finais de semana e feriados. Esse ritmo impõe uma carga de trabalho estressante para o servidor. Ela avalia que os casos mais freqüentes de afastamento na UFG são de servidores do HC. Para isso, o SIASS trabalha no HC, especialmente no Pronto Socorro, onde são realizados dois encontros anuais com os profissionais do serviço para um momento de descanso e de atividades que saiam da rotina do servidor, como atividades de dança e artes.

Assessora de Desenvolvimento de Pessoas do HC, a enfermeira Divina de Oliveira Marques falou sobre as doenças causadoras de afastamento dos profissionais de Enfermagem do HC. Ela apresentou sua pesquisa desenvolvida para o Mestrado, realizada entre os anos de 2008 e 2012, período em que levantou que, do total de 2.130 profissionais do HC, 959 apresentaram atestados médicos pelo menos uma vez. Destes 959, ela levantou que 309 profissionais eram da área de Enfermagem. Ao somar o número de dias que estes profissionais ficaram afastados, ela constatou que esse número foi de 17.404 dias. Isso equivale a mais de 40 anos de trabalho perdidos.

Em sua pesquisa, Divina também constatou que as principais doenças causadoras do afastamento dos profissionais de Enfermagem são as doenças mentais e as osteomusculares. Essas são doenças que estão muito próximas uma da outra e são diretamente ligadas às condições do ambiente de trabalho – insalubre e estressante.

Divina ainda constatou em sua pesquisa que o Adicional de Plantão Hospitalar (APH), lançado em 2009 pelo Governo Federal para suprir a falta de profissionais na área de saúde, foi um forte atrativo para os servidores, que passaram a tê-lo como um incremento no salário em razão do estímulo financeiro. Apesar disso, hoje o HC tem dificuldade de montar a escala de APH dos profissionais, pois muitos estão desistindo de fazer plantões por causa da sobrecarga de trabalho, que prejudica a qualidade de vida. A partir desses levantamentos, Divina Marques concluiu que o alto número de afastamentos de servidores revela que a sobrecarga de trabalho interfere na qualidade de vida do trabalhador e, consequentemente, na qualidade de vida da assistência prestada ao paciente.

João Pires Júnior, que atualmente é vice-coordenador da Saúde do Trabalhador do SINT-IFESgo, falou sobre a importância da discussão desse tema, pois segundo ele, a saúde do trabalhador está dentro de um contexto social e político e, por isso, não há como dissociá-la da luta de classes entre o capital e o trabalho.  Segundo ele, a história mostra que o governo sempre optou por uma política de desvalorização do servidor e que as ações realizadas em prol da saúde do servidor foram conquistadas com base na luta diária do sindicato.

Ele citou uma série de variáveis que levam à crise do servidor: falta de equipamentos de segurança (EPIs); falta de pagamento de insalubridade para profissionais que trabalham em área de risco; jornada de trabalho; distúrbios emocionais e desorganização do serviço. Dados apresentados por ele mostram que de 26 a 33% dos profissionais de Enfermagem apresentaram efeitos psíquicos e 70% dos trabalhadores apresentaram distúrbios musculares.

Jane Mary Azevedo, enfermeira e coordenadora do Planejamento em Saúde do HC, sugeriu que seja retomado o Coral que existia no HC há alguns anos e que seja formado um grupo para fazer caminhadas e corridas na Praça Universitária. A pedagoga Gorete disse que é preciso que o servidor pare, pelo menos 15 minutos durante o seu trabalho, para se alongar e se exercitar. Alexandrina afirmou que já foram feitas ações nesse sentido, como a ginástica laboral nas seções e setores, porém muitos trabalhadores não participavam e o projeto findou-se. Diante desse fato, a diretora de gestão de pessoas sugere que seja elaborado um projeto que tenha uma proposta prática para que o servidor consiga conciliar as atividades com o seu trabalho.

Para encerrar, a coordenadora do GTH, Eulange de Sousa, propôs a criação de uma Comissão da Saúde do Trabalhador no HC, que será responsável pela criação e prática de ações de incentivo aos trabalhadores para que participem das atividades pela promoção da saúde do trabalhador.  Ela também repassou ao João Pires a incumbência do SINT-IFESgo cobrar da UFG a criação de mais vagas para o SIASS. Ela sugeriu ainda a criação de um grupo de Saúde Mental do SIASS no HC.

Eulange também coloca como uma das incumbências do GTH a criação do Centro de Convivência no HC – o que deve ser cobrado da reitoria em razão da parceria firmada entre a Universidade e o Banco Bradesco, sendo que o banco já está instalado na área próxima ao IPTSP.

E, por último, ela sugeriu que a Universidade dedique o dia 28 de abril à homenagem dos servidores vítimas de acidente de trabalho.

 

Fonte : Ascom / HC-UFG – http://www.hc.ufg.br

Foto: Ascom / HC-UFG

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