Rio Pardo de Minas (MG) – Sob vaias de funcionários em greve e aplausos do público, a presidente Dilma Rousseff defendeu veladamente ontem, em Minas Gerais, sua política de não ceder às reivindicações dos grevistas do serviço público. Foi em Rio Pardo de Minas, município de 30 mil habitantes no norte do Estado, durante a solenidade de ampliação do Programa Brasil Sorridente, que promove a saúde bucal.
Enquanto os cerca de 40 servidores gritavam “A greve continua/Dilma, a culpa é sua”, a presidente, aparentando contrariedade, mas tentando se mostrar tranquila, afirmou que sua prioridade para enfrentar as consequências da crise europeia será dirigir recursos públicos para manter empregos no setor privado, o que irritou ainda mais os ativistas. “Este é um país que tem de ser feito para a maioria de seus habitantes. Não pode ser feito só para uma parte deles. O Brasil sabe que pode e vai enfrentar a crise e vai passar por cima dela. Queremos todos os brasileiros empregados, recebendo seus salários e recebendo serviços públicos de qualidade”, afirmou, a cerca de 40 metros do local onde gritavam os manifestantes.
Dilma encerrou o pronunciamento com um agradecimento irônico. “Não vou esquecer vocês, não vou esquecer esta recepção. E sobretudo quero dizer que fico sempre feliz de ver esta forma tão amigável como Minas recebe a gente.”