GREVE GERAL ENTRA EM DISCUSSÃO

Servidores federais ameaçam uma greve geral. A iniciativa será tomada, conforme classista, se o Governo Federal não der andamento às negociações.
Servidores federais ameaçam uma greve geral. A iniciativa será tomada, conforme classista, se o Governo Federal não der andamento às negociações.

 

Texto por Jairo MenezesEnviado por Diário da Manhã23h17

Ser­vi­dores fe­de­rais ame­açam uma greve geral. A ini­ci­a­tiva será to­mada, con­forme clas­sista, se o Go­verno Fe­deral não der an­da­mento às ne­go­ci­a­ções. Ontem, em Goi­ânia, cerca de 500 gre­vistas fe­charam o quilô­metro 500 da BR-153, nas pro­xi­mi­dades do Fórum do Jardim Goiás. A ma­ni­fes­tação co­meçou às 9h40 e du­rante 13 mi­nutos a via que liga Goi­ânia a Apa­re­cida ficou fe­chada.
Um en­gar­ra­fa­mento de mais de 10 quilô­me­tros se formou. O mo­vi­mento tinha o ob­je­tivo de pro­testar contra a falta de ne­go­ci­ação por parte do go­verno, que des­marcou, por meio do Mi­nis­tério do Pla­ne­ja­mento, uma reu­nião para dis­cutir o re­a­juste sa­la­rial dos pro­fis­si­o­nais. A nova data para a ne­go­ci­ação está pre­vista entre os dias 13 e 17 deste mês.
“Caso as ne­go­ci­a­ções não adi­antem, o mo­vi­mento in­de­pen­dente, em cada classe, ca­minha para se uni­ficar e formar uma greve geral. Nós, pro­fes­sores, temos a ne­go­ci­ação em an­da­mento, mas al­gumas classes estão to­tal­mente pa­ra­li­sadas. Ul­ti­ma­mente, até a ne­go­ci­ação com os do­centes fe­de­rais ca­minha para um im­passe”, diz o pro­fessor da UFG e re­pre­sen­tante do Co­mando de Greve local, Hum­berto Clí­maco.

REU­NIÃO
Ser­vi­dores do Go­verno Fe­deral de Goiás uniram-se às 9h de ontem num posto de com­bus­tível em frente ao Paço Mu­ni­cipal de Goi­ânia. Quatro ônibus le­varam os gre­vistas até o local. Mais de 250 pes­soas gri­tavam “tra­ba­lha­dores na rua, Dilma, a culpa é sua!” Faixas e car­tazes foram es­ten­didos com os di­zeres “greve”, “me­lhoria” e “mais res­peito ao pro­fis­si­onal”.
Exa­ta­mente 40 mi­nutos após a reu­nião, em que cada um dos re­pre­sen­tantes das classes falou ao mi­cro­fone e foram re­trans­mi­tidos pelo carro de som, todos se reu­niram e foram apoi­ados pela Po­lícia Ro­do­viária Fe­deral (PRF) até o centro da via, para rei­vin­di­carem me­lho­rias sa­la­riais, entre ou­tras exi­gên­cias de cada classe.
No pri­meiro mi­nuto de pa­ra­li­sação já havia uma fila de três quilô­me­tros de veí­culos pa­rados, con­forme a PRF. Às 9h50 os mo­to­ristas e mo­to­ci­clistas im­pa­ci­entes co­me­çaram a fazer um bu­zi­naço, na in­tenção de in­ti­midar os ma­ni­fes­tantes, mas foi em vão. Os pro­fis­si­o­nais com faixas re­to­maram os gritos, exi­gindo mais res­peito por parte do go­verno e me­lhores con­di­ções de tra­balho.
Três mo­to­ci­clistas que pre­fe­riram sair da pista pela vala de es­cape, na ten­ta­tiva de fugir do con­ges­ti­o­na­mento, foram au­tu­ados. As multas, se­gundo a PRF, foram ti­pi­fi­cadas em três ar­tigos da le­gis­lação de trân­sito e de­verão chegar aos en­de­reços de cada um por cor­res­pon­dência.  

MA­NI­FESTO
Além do Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores no Ser­viço Pú­blico Fe­deral no Es­tado de Goiás, pro­ta­go­ni­zaram o ma­ni­festo o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores, Téc­nico-Ad­mi­nis­tra­tivos em Edu­cação das Ins­ti­tui­ções Fe­de­rais de En­sino Su­pe­rior do Es­tado de Goiás; a As­so­ci­ação dos Ser­vi­dores do Incra em Goiás; Fe­de­ração dos Sin­di­catos dos Tra­ba­lha­dores das Uni­ver­si­dades Pú­blicas Bra­si­leiras; As­semda/GO;  Fe­de­ração Na­ci­onal dos Po­li­ciais Ro­do­viá­rios Fe­de­rais e o Sin­da­gên­cias.
Em Goiás, se­guem em greve por tempo in­de­ter­mi­nado os ser­vi­dores do Mi­nis­tério do De­sen­vol­vi­mento Agrário (MDA); do Incra; da Se­cre­taria Es­pe­cial de Saúde In­dí­gena (Sesai); do nú­cleo do Mi­nis­tério da Saúde – ce­didos ao Es­tado e aos mu­ni­cí­pios; da Co­missão Na­ci­onal de Energia Nu­clear (Cnem); do De­par­ta­mento Na­ci­onal de Pro­dução Mi­neral (DNPM) e das Agên­cias Re­gu­la­doras An­visa e Anatel.

EXI­GÊN­CIAS
Re­pre­sen­tante dos ser­vi­dores do MDA e do Incra, Ro­drigo Gon­çalves ex­plica que a ca­te­goria de­seja mais con­cursos pú­blicos e uma re­es­tru­tu­ração nas car­reiras. “No Brasil, 40% do con­tin­gente vai se apo­sentar até o fim de 2013.” Os fun­ci­o­ná­rios do MDA e Incra estão em greve desde 18 de junho.
Pro­fessor da UFG e re­pre­sen­tante do co­mando de greve local, Hum­berto Clí­maco des­taca que a prin­cipal exi­gência da classe é a cor­reção do plano de car­reira e o au­mento sa­la­rial. Os pro­fes­sores ini­ci­aram a greve na­ci­onal no dia 12 de maio. Em Goiás, as ati­vi­dades ini­ci­aram no dia 11 de junho e no dia se­guinte foi de­fla­grada a greve dos ser­vi­dores téc­nicos-ad­mi­nis­tra­tivos da UFG.
Os pa­tru­lheiros fe­de­rais também par­ti­ci­param do mo­vi­mento gre­vista, apesar de ainda não es­tarem em greve. Se­gundo o di­retor par­la­mentar da Fe­de­ração Na­ci­onal dos Po­li­ciais Ro­do­viá­rios Fe­de­rais, Re­nato Antônio Borges Dias, os ser­vi­dores da Po­lícia Fe­deral (PF), PRF e da Re­ceita Fe­deral não irão fazer greve. O que os pro­fis­si­o­nais de­ter­mi­naram em as­sem­bleias foram o início de uma Ope­ração Pa­drão, que con­siste em não parar as ati­vi­dades, mas sim au­mentar as in­ten­si­fi­ca­ções e, com isso, di­mi­nuir o fluxo em es­tradas e ae­ro­portos. “Todos os carros que pas­sarem nas ro­do­vias fe­de­rais devem ser pa­rados e re­vis­tados. Em ae­ro­portos, todos os pas­sa­geiros terão as malas abertas e re­vis­tadas”, conta.

NE­GO­CI­AÇÃO
O adi­a­mento da data do en­contro entre go­verno e ser­vi­dores pode com­pro­meter um pos­sível acordo. A data (ontem) havia sido de­ter­mi­nada como prazo final para apre­sen­tação de uma pro­posta, a fim de que os ser­vi­dores ti­vessem tempo su­fi­ci­ente para ana­lisá-la. Isso porque após 30 de agosto já não será mais pos­sível mo­di­ficar a pre­visão or­ça­men­tária para 2013.
Há 42 dias pa­ra­li­sados, os ser­vi­dores do Sintsep-GO es­peram que a pro­posta a ser apre­sen­tada pelo go­verno, con­temple de forma sa­tis­fa­tória os vá­rios se­tores do fun­ci­o­na­lismo. “Que­remos uma pro­posta de va­lo­ri­zação real do setor pú­blico: re­a­juste sa­la­rial, con­di­ções de tra­balho, aber­tura de con­cursos pú­blicos e equa­li­zação e va­lo­ri­zação das car­reiras”, ex­plica o pre­si­dente do Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores no Ser­viço Pú­blico Fe­deral em Goiás, Ademar Ro­dri­gues.
No início de julho, o go­verno au­to­rizou o corte de ponto dos ser­vi­dores fe­de­rais em greve. Os fun­ci­o­ná­rios no Dis­trito Fe­deral re­cor­reram à Jus­tiça, que con­cedeu li­minar sus­pen­dendo a me­dida. O Mi­nis­tério do Pla­ne­ja­mento in­formou que a Ad­vo­cacia-Geral da União (AGU) está re­cor­rendo da de­cisão.

RES­POSTA
O de­par­ta­mento de co­mu­ni­cação do Mi­nis­tério do Pla­ne­ja­mento Or­ça­mento e Gestão em Bra­sília in­formou ao DM ontem a tarde que amanhã o Go­verno Fe­deral tem uma reu­nião pre­vista com os pro­fis­si­o­nais do­centes de Uni­ver­si­dades Fe­de­rais do País. A data teria sido re­mar­cada para as ou­tras ca­te­go­rias de forma a atender todos os gre­vistas entre 13 e 17 de agosto.
A as­ses­soria de Co­mu­ni­cação ainda in­forma que a Junta Econô­mica do Go­verno Fe­deral re­a­liza um pla­ne­ja­mento para re­tomar as ne­go­ci­a­ções com os ser­vi­dores gre­vistas.

 

Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das
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