GOVERNO QUER PÔR FIM A PROGRESSÃO AUTOMÁTICA, DIMINUIR SALÁRIO E JORNADA E REDUZIR CATEGORIAS

GOVERNO QUER PÔR FIM A PROGRESSÃO AUTOMÁTICA, DIMINUIR SALÁRIO E JORNADA E REDUZIR CATEGORIAS
GOVERNO QUER PÔR FIM A PROGRESSÃO AUTOMÁTICA, DIMINUIR SALÁRIO E JORNADA E REDUZIR CATEGORIAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O ano começa com a expectativa de muitas mudanças no serviço público. Se, em 2019, a principal agenda do governo federal foram as mudanças nas regras da Previdência, em 2020, a reforma administrativa tomará conta de boa parte das negociações entre os poderes e os servidores. A União anunciou que vai apresentar o texto desse projeto em fevereiro, na volta do recesso do Congresso Nacional. Mas, desde o ano passado, outras três Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que afetam a vida do funcionalismo tramitam no Legislativo.

O “Plano mais Brasil” é composto por três PECs: Emergencial, do Pacto Federativo e dos Fundos, que em resumo, criam medidas de ajuste fiscal para controlar os gastos públicos — incluindo a redução de jornada de trabalho e salário dos servidores —, modificam a forma como são distribuídos os recursos para os estados e os municípios e extinguem fundos públicos.

Já o texto da reforma administrativa sofreu modificações antes mesmo e ser apresentado. Jair Bolsonaro (sem partido) disse que entregará ao Congresso uma proposta mais branda, e que boa parte das medidas atingirá apenas os novos servidores.

A equipe técnica do Ministério da Economia se inspirou em reformas de outros países, como Grã-Bretanha, Portugal, Chile, Argentina, Canadá e EUA, e se baseou em análises do Banco Mundial e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O Executivo federal tem cerca de 42 planos, 117 carreiras, mais de dois mil cargos e 620 mil servidores ativos, segundo dados do Painel Estatístico de Pessoal (PEP), do Ministério da Economia.

 

Corte de salário e da jornada de trabalho

Para o governo, a PEC Emergencial aprimora o que já existe na Emenda Constitucional 95 (que congelou os gastos públicos por 20 anos). O texto cria mecanismos que serão acionados automaticamente, por até dois anos, sempre que despesa obrigatória da União, do estado ou do município ultrapassar 95% da receita corrente líquida ao longo de 12 meses. Entre esses mecanismos estão a redução de 25% da jornada de trabalho com a redução proporcional dos salários dos servidores. Também ficam proibidos aumentos, criação de cargos e concursos.

Para a União, os gatilhos também poderão ser acionados quando for descumprida a regra de ouro. Se o governador ou o prefeito não aceitar as regras impostas pela PEC, terá que abrir mão de receber garantias da União para operações de crédito, como a que ocorreu em 2017, quando o governo do Rio pegou empréstimo com a contragarantia da União para pagar os salários atrasados dos servidores. O objetivo da União é controlar o crescimento das despesas obrigatórias e promover o ajuste fiscal.

 

Veja alguns pontos das propostas

As PECs devem sofrer diversas modificações durante a tramitação no Congresso Nacional.

 

Reforma administrativa (pontos possíveis): Para quem vai ingressar no serviço público

– Fim da estabilidade para algumas carreiras

– Possibilidade de contratação temporária e via CLT

– Período do estágio probatório pode aumentar (atualmente são três anos)

– Salários de entrada na carreira menores

– Fim da progressão automática

– Promoções com intervalo de tempo maiores

– Redução do número de carreiras

 

Para o servidor público atual

– Regulamentação da avaliação de desempenho (com possibilidade de demissão)

– Redução de alguns benefícios

– Regulamentação da lei de greve*

*O funcionalismo segue regras da CLT por entendimento do Supremo Tribunal Federal

 

PEC Emergencial – Gatilhos (quando a despesa obrigatória ultrapassar 95% da receita corrente líquida ao longo de 12 meses):

– Redução de 25% da jornada de trabalho e 25% de redução do salário

– Proibição de promoções na carreira, reajustes, criação de cargos, reestruturação de carreiras, concursos (com exceção para cargos em vacância) e criação de verbas indenizatórias. Poderão ter promoção os juízes, membros do Ministério Público, carreiras policiais e diplomatas

– Vedação pagamentos com efeitos retroativos de despesa com pessoal, inclusive de vantagem, auxílio, bônus, abono, verba de representação ou benefício de qualquer natureza

– Proibição o governo de contratar dívida para bancar despesas correntes, como salários e benefícios sociais

– Suspensão de criação de despesas obrigatórias e de benefícios tributários

– Suspensão da transferência de recursos do PIS/PASEP para o BNDES

 

PEC do Pacto Federativo:

– Nova divisão dos royalties do petróleo e receitas do pré-sal. Estados e municípios podem receber 70% e União fica com 30%, hoje essa conta é ao contrário

– Extinção de municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor do que 10%

– Criação do Conselho Fiscal da República, responsável por avaliar a cada quatro anos os incentivos fiscais

– União não será mais fiadora de estados e municípios

– Redução da parcela do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) destinada ao BNDES

– Redução, pela metade, da concessão de incentivos e benefícios fiscais

– Desobriga o cumprimento dos índices mínimos de gastos para a Saúde e Educação

 

Alguns gatilhos do Pacto Federativo (quando a despesa corrente ultrapassar 95% da receita do ano, a regra de ouro)

– Proibição de promoções, progressões automáticas de servidores, redução de 25% da jornada de trabalho e dos salários

– Fim da obrigatoriedade prevista pela Constituição da revisão geral anual dos salários, proíbe aumentos e pagamentos retroativos, a não ser que seja por decisão judicial

– Redução de 20% de cargos em comissão e de funções de confiança gratificadas

 

 

Fonte: Extra

Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das
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