Representantes das principais centrais sindicais e uma plateia com mais de 300 sindicalistas se reuniram nesta segunda-feira (12), na sede do Dieese, em São Paulo, para o lançamento da Campanha Permanente em Defesa da Previdência Pública e Seguridade Social.
O sindicalista chileno Mario Villanueva, dirigente da Confederação dos Profissionais da Saúde do Chile, trouxe um estudo sobre a previdência social no país e o impacto negativo do regime de capitalização na vida da classe trabalhadora.
Ele participa de uma frente que lidera um movimento por aposentadorias dignas no Chile, já que um dos resultados obtidos com o plano de capitalização adotado ainda sob a ditadura de Pinochet foi o empobrecimento da população idosa que recebe, em média, 1/3 do salário mínimo no país.
A frente tem uma proposta de previdência pública e solidária que já conta com mais de 1 milhão de assinaturas. “Defendemos que se aprove um projeto de lei que está sendo debatido em todo o país e se baseia em um sistema solidário de contribuição, com aportes tripartites (cidadão, empregador e governo) e um fundo de reserva técnica”, explicou.
O modelo solidário com contribuição tripartite é o que existe hoje no Brasil e que o governo eleito quer mudar para um regime de capitalização que, na prática, entrega o bilionário fundo previdenciário para ser gerido pelas instituições financeiras.
“No sistema de capitalização da previdência, só quem capitaliza é o banqueiro”, denunciou o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, em sua intervenção durante a plenária. “Seria trágico fazer a opção pelo modelo de capitalização. Você deposita uma vida, mas não vai conseguir recuperar o que investiu”, afirma.
O dirigente destacou a vitória do movimento sindical ao conseguir barrar o avanço da reforma da Previdência no início deste ano e disse que na nova batalha será preciso ganhar a opinião pública.
“Das grandes batalhas travadas no último periodo, que não foram poucas, a batalha que conseguimos vencer na sociedade foi a interrupção da reforma da previdência. Essa é grande reivindicação do mercado. Os patrocinadores do golpe conseguiram grande parte do que queriam, mas a banca rentista quer liquidar a fatura”, afirmou.
O secretário geral da CTB, Wagner Gomes, destacou a importância da plenária de hoje com uma prova de força do movimento sindical. “A plenária mostra que há unidade das centrais e que os trabalhadores não vão aceitar essa política antitrabalho já anunciada pelo novo governo”.
O encontro definiu uma agenda de mobilizações para este mês, que incluem um ato nacional em defesa da Previdência pública e universal com panfletagens no dia 22 de novembro e um dia de manifestações pela previdência e contra o fim do Ministério do Trabalho em frente às Superintendências Regionais do Trabalho em todo o país no dia 26.
O Dieese anunciou que vai disponibilizar o estudo completo de Mario Villanueva em português que, em breve, estará disponível também no Portal CTB.
Fonte: CTB