Encontro marca articulação entre o movimento sindical e o MCTI em defesa da valorização dos TAEs, contra a reforma administrativa neoliberal e pelo fortalecimento das instituições federais.
Em um momento politicamente decisivo para o futuro da educação, da ciência e do serviço público brasileiro, dirigentes do Sint-IFESGO se reuniram com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, e o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda.
O encontro ocorreu após a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua comitiva presidencial no 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), em Goiânia, no Centro de Convenções Ricardo Freia Bufaiçal, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que teve como destaque o ato “O Brasil UNE os Brasileiros pela Soberania” — uma defesa contundente da educação pública, da democracia e da soberania nacional.
Durante o evento, Lula sancionou o projeto de lei nº 3.118 de 2024, que altera a Lei nº 12.858/2013 para destinar recursos do Fundo Social à assistência estudantil, com foco em estudantes ingressantes por ações afirmativas nas instituições federais de ensino superior e de educação profissional e tecnológica. Esse projeto de lei visa destinar parte dos recursos provenientes da exploração de petróleo e gás natural em território nacional para o financiamento da educação, pesquisa e assistência estudantil. A nova legislação é vista como uma conquista histórica pelos movimentos educacionais e sindicais, abrindo caminho para maior investimento estrutural em universidades e institutos federais.
Uma Reunião com Conteúdo Estratégico
Participaram do almoço os dirigentes Diego Siqueira (coordenador-geral do Sint-IFESGO), Fernando César Mota (vice-coordenador de Administração e Finanças do sindicato e presidente da CTB Goiás) e Renato Cândido (vice-secretário executivo do Sint-IFESGO). O objetivo do encontro foi dialogar diretamente com os representantes do MCTI sobre os desafios enfrentados pelos técnicos-administrativos em educação (TAEs), especialmente diante do atual contexto de mobilização nacional contra a reforma administrativa.
“Não estamos apenas reivindicando direitos da categoria, mas defendendo o papel estratégico do serviço público para o desenvolvimento nacional”, afirmou Diego Siqueira. “A luta dos técnicos-administrativos em educação é também pela sobrevivência das instituições federais de ensino e pela ciência brasileira”, completou.
Mobilização Nacional em Curso
O encontro ocorre em meio à crescente mobilização de servidores públicos federais por todo o país, que denunciam os riscos da proposta de reforma administrativa e exigem que o governo cumpra os acordos de greve firmados. No setor da educação, as universidades e institutos federais enfrentam limitações orçamentárias graves, comprometendo o funcionamento básico de suas atividades acadêmicas, científicas e administrativas.
O Sint-IFESGO vem atuando ativamente nesse cenário, promovendo assembleias, atos públicos e articulações políticas em defesa do serviço público de qualidade e da autonomia das instituições federais.
O encontro entre o sindicato e o MCTI reafirma um caminho fundamental: não há ciência sem valorização de quem a faz; não há soberania sem educação pública fortalecida; não há Estado democrático sem serviço público estável, técnico e comprometido com o povo.
O Brasil vive um momento chave. A sanção da lei que vincula royalties do petróleo à educação precisa ser acompanhada de ações concretas para recompor orçamentos, valorizar servidores e assegurar que os compromissos assumidos com a comunidade acadêmica sejam efetivamente cumpridos.
O Sint-IFESGO reforça seu compromisso com a categoria e convoca os TAEs e demais servidores a manterem a mobilização ativa e organizada. É hora de ocupar os espaços, pressionar por soluções reais e garantir que a educação pública, a ciência nacional e o serviço público sejam prioridades de Estado.
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