CTB CONDENA DECRETO DO GOVERNO CONTRA GREVE DOS SERVIDORES

CTB condena decreto do governo contra greve dos servidores
CTB condena decreto do governo contra greve dos servidores

26 de Julho de 2012

O movimento sindical não esperava este tipo de atitude de um governo como o atual – foi assim que o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Wagner Gomes, reagiu à publicação, pelo governo da presidenta Dilma Rousseff, do verdadeiro decreto antigreve que está estampado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (25) e que determina providencias contra os servidores federais paralisados.

Wagner Gomes critica medida do governo

O centro do decreto, diz Wagner Gomes, é a tentativa de mobilizar fura-greves contra os funcionários públicos: os ministros em cujas áreas ocorram paralisações são orientados a garantir o funcionamento dos serviços públicos. A norma orienta ministros de Estado, supervisores dos órgãos ou entidades onde ocorram greves, a buscar alternativas para a continuidade do serviço mesmo que, para isso, tenham que fechar parcerias com estados e municípios que assegurem o fornecimento de trabalhadores para manter os serviços paralisados.

Isto é, em poucas palavras, são orientados procurar fura-greves. Esta é uma atitude antissindical, cujo objetivo é procurar trabalhadores substitutos aos grevistas para esvaziar sua luta e, jogando trabalhador contra trabalhador, enfraquecer seu movimento; o governo age, desta forma, como um patrão capitalista, pensa Wagner Gomes.

O decreto recomenda inclusive, aos ministros e demais autoridades, a adoção, “mediante mediante ato próprio”, de “procedimentos simplificados necessários à manutenção ou realização da atividade ou serviço.” Para o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams (que assina o decreto, juntamente com a presidenta Dilma Rousseff), o foco do decreto anti-greve é o funcionamento dos portos, mas ele deixa claro também que trata-se de uma resposta do governo à paralisação.

Embora assegure que o decreto não enfraquece o processo de negociação com os servidores em greve, que continua sendo conduzido pelo Ministério do Planejamento, Luís Inácio Adams não disfarça a ameaça embutida no decreto. O governo não descarta, disse, a possibilidade de medidas judiciais para garantir a prestação de serviços públicos prejudicados pela paralisação. Ele defendeu também o corte de ponto dos grevistas alegando ser uma obrigação do governo tomar esta medida punitiva. “É um dever fazer o desconto. O que acontece na greve, é que, por conta da negociação, você pode abonar a falta, compensar as faltas, mas isso é uma faculdade do processo de negociação. No decurso da greve, o corte de ponto é uma obrigação”, disse.

Há 25 categorias em greve no país, em 25 estados e no Distrito Federal, e a disposição de resistência dos trabalhadores é grande; está previsto para o próximo dia 31 o Dia Nacional de Luta, com manifestações nas principais cidades do país em defesa de melhorias salariais.

A atitude de endurecimento do governo, representada pelo decreto antigreve publicado nesta quarta feira, é repudiada pelos dirigentes sindicais para quem, ao contrário, a solução para greves passa pela negociação e pelo atendimento das reivindicações dos trabalhadores, como disse Wagner Gomes. E nunca por ameaças e cerceamento do direito de greve. “O movimento sindical repudia esse tipo de atitude”, disse ele, de forma taxativa.

 

Portal Vermelho com Agência Brasil

Fonte: Portal CTB – www.ctb.org.br

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