Um grupo formado por 31 pesquisares da área de Matemática, Probabilidade e Estatística da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior, a Capes, , anunciaram renúncia coletiva em ofício enviado à presidência do órgão nesta segunda-feira 29.
Os servidores, que trabalhavam na diretoria de avaliação da Capes, afirmaram não terem conseguido seguir os padrões acadêmicos e que a instituição não tem tomado medidas para retomar a avaliação de cursos de pós-graduação no País, suspensa pela Justiça.
“Gostaríamos de poder trabalhar com previsibilidade, respeito aos melhores padrões acadêmicos, atenção às especificidades das áreas e, principalmente, um mínimo respaldo da agência. Tais condições não têm se verificado nos últimos meses”, afirmam os pesquisadores no documento, divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Durante o período de mandato dos cientistas no órgão, ligado ao Ministério da Educação, os funcionários ajudaram a elaborar regras para orientar os programas de pós-graduação e montaram uma equipe para avaliá-los.
A avaliação periódica dos programas dos programas oferecidos pelas universidades está paralisada por uma decisão judicial.
“Assim como diversos colegas, acreditamos que a Capes não tem se esmerado na defesa da sua forma de avaliação. Isto ficou patente nas várias manifestações da presidência e contrasta fortemente com os posicionamentos favoráveis à retomada da avaliação. Isto ficou patente nas várias manifestações da presidência e contrasta fortemente com os posicionamentos favoráveis à retomada da avaliação vindos de diversas entidades”, alegam os funcionários.
Em meio à paralisação, o MEC ainda lançou um edital para abertura de novos cursos, o que deve aumentar a fila de programas a serem avaliados.
“Não temos tido abertura de cursos novos há anos, mas a avaliação é que forneceria subsídios para avaliar
novos programas também. Temos de comparar os novos com os que já existem”, disse a O Estado de S.Paulo Roberto Imbuzeiro, um dos coordenadores do órgão que assina a renúncia coletiva.
A Capes ainda não se manifestou sobre o pedido de desligamento dos cientistas.
Reprodução: Carta Capital