A existência de portais com conteúdo educativo disponibilizados na internet já não é novidade. De plataformas produzidas pelas próprias escolas aos canais de vídeos no YouTube, a oferta de jogos interativos e videoaulas é tamanha que se tornou muito mais difícil a seleção que a busca das melhores ferramentas on-line. Atentos à questão da qualidade e da organização do material vinculado na rede, um grupo de professores da Argentina resolveu criar a Educatina, uma plataforma gratuita de videoaulas com conteúdo de diversas matérias voltada para alunos de todas as idades. Até então focado apenas para o público latinoamericano, o portal chega agora ao Brasil, com vídeos em português.
Fundada em 2011, a Educatina cresceu de forma exponencial em menos de dois anos. Passou de 50 para 3.000 vídeos de 40 áreas temáticas, dehistória da arte à matemática básica. Todos eles produzidos em espanhol e sendo acessados por mais de 100 mil internautas a cada dia. Agora, com o site em português, a plataforma já está oferecendo mais de 50 vídeos dos mais variados assuntos da matemática. No novo portal, é possível encontrar assuntos que vão da aritmética ao raciocínio lógico, especialmente voltados aos estudantes do ensino fundamental. Os vídeos também são direcionados aos professores e pais de alunos, já que o material acaba servindo de instrumento de aula ou suporte para melhor explicar as dúvidas dos filhos.
“Nosso objetivo principal é democratizar o acesso à educação de boa qualidade. Hoje, a internet está cheia de conteúdos digitais, o que acaba confundindo um pouco o aluno no momento em que ele precisa ir atrás de determinado assunto para se aprofundar. Com a Educatina, queremos alcançar milhões de usuários que querem aprender em um formato dinâmico”, explica Denise Abulafia, uma das três cofundadora da plataforma. Miela Ioszpe e Cristian Ventura são os outros dois integrantes da Educatina.
E para que seja assegurada a qualidade do que é veiculado no vídeo, o processo de curadoria é visto como central pela equipe da plataforma. “Primeiro selecionamos os conteúdos presentes nos currículos nacionais de cada país. Depois escolhemos os melhores professores de cada localidade para que eles sejam instruídos a gravarem os vídeos sempre da maneira mais dinâmica e atrativa possível. Em seguida, ainda acionamos um especialista no tema para referendar o material produzido”, explica Denise.
Para custear as despesas que tem com a produção e curadoria dos vídeos, a plataforma é financiada pelas tutorias on-line, que os internautas podem requisitar no site. São mais de 200 tutores disponíveis durante todo o dia, excluindo apenas a madrugada. Para cada tutoria, que dura uma hora, o internauta paga entre R$ 20 a R$ 35, dependendo de promoções regulares. Nas tutorias, os interessados têm acesso a um espaço virtual privado, onde um professor especializado ensina sobre o assunto desejado por meio de uma lousa virtual que pode ser acompanhada pelo estudante. A comunicação entre professor e aluno ocorre via chat. É por meio dessas tutorias que fica assegurada a gratuidade do acesso aos demais vídeos.
E mesmo tendo sido criada há pouco tempo, não faltam planos de ampliação a curto prazo da Educatina. “Hoje, o Brasil é um mercado muito atrativo para conteúdos digitais de educação. É um dos países da América Latina que melhor está fazendo a transição da educação tradicional para uma educação mais envolvida com a tecnologia. Por isso, queremos chegar a 2 mil vídeos em português até 2014”, diz Denise. No catálogo de expansão estarão videoaulas de gramática, física e química. Além da ampliação do material, parcerias para produção ou disponibilização de conteúdos de universidades já estão em vista. “No Brasil ainda não fizemos nenhum contato, mas já estamos estabelecemos contato com algumas universidades da Argentina e do Equador”, explica Denise.
Fonte: http://porvir.org