Por Jordana Barbosa – imprens@sint-ifesgo.org.br
É julho, faz frio.
Um homem abre o portão antes que a entrevistadora toque a campainha. Ele é magro, rosto fino e sorridente. Apesar dos cabelos brancos, não parece ter mais de 50 anos.
_ Bom dia! Vamos entrar! Quase que você não me encontra em casa, fui passear no sol com os cachorrinhos, cheguei nesse instante. Está muito frio!
_ O senhor me desculpe o atraso, mas…
_ Não! – interrompe – senta lá dentro que está quentinho. Eu também já fiz você esperar.
Winston Garcia, 57 anos, tem uma casa grande e aconchegante. Entrou na Universidade Federal de Goiás no dia 17 de abril de 1978 para trabalhar no Departamento de Pessoal e só saiu de lá em janeiro de 2012, quando se aposentou.
_ O senhor foi indicado para receber o título de Servidor Emérito da UFG.
_ O primeiro foi do Paulo Afonso, bem merecido. Mas, eu, – faz uma careta – não preciso não. Não fiz nada mais que minha obrigação. Tem gente que merece mais que eu.
Todas as suas palavras são acompanhadas por gestos grandes e bruscos. Um jeito enérgico e irrequieto que não combina com a timidez e incapacidade de falar em público que ele afirma ter.
Apesar de não parar quieto no sofá por mais de um minuto, tem sua meiguice expressa num cerrar e apertar dos olhos sempre que se lembra de alguém ou alguma história.
_ O meu trabalho foi uma das coisas mais importantes da minha vida. Eu ia pra UFG e esquecia de tudo, dos problemas. Foi meu trabalho que me deu tudo, minha casa, minha mulher.
_ Sua mulher?
_ Eu conheci ela no Departamento de Pessoal. Depois que a gente começou a namorar transferiram ela, porque não pegava bem dois funcionários namorarem. Mas não adiantou nada, nos casamos.
A risada de Winston contagia a casa, os dois cachorrinhos deitados entre seus pés levantam a cabeça e olham curiosos para seu dono.
_ Muito obrigada seu Wisnton pelo seu tempo e sua atenção.
_De nada! Quer um suco? Vem ver a foto dos meus filhos, tenho um casal, são lindos.