TETO DOS GASTOS VAI INVIABILIZAR AS FEDERAIS: ?OU COBRAM MENSALIDADE OU FECHAM?, DIZ PROFESSOR

TETO DOS GASTOS VAI INVIABILIZAR AS FEDERAIS: ?OU COBRAM MENSALIDADE OU FECHAM?, DIZ PROFESSOR
TETO DOS GASTOS VAI INVIABILIZAR AS FEDERAIS: ?OU COBRAM MENSALIDADE OU FECHAM?, DIZ PROFESSOR

O professor Gil Vicente Reis Figueiredo, da Universidade Federal de São Carlos, afirma que se não for revertida, a Emenda Constitucional 95 – PEC do Teto dos Gastos — terá como resultado a inviabilização do ensino superior público no Brasil; ele diz que o investimento na área está regredindo a patamares de 2010 e que se nada mudar as universidades não terão outra alternativa a não ser passar a cobrar mensalidades.

Ele afirma que, como consequência da aprovação da EC 95, a projeção é que, entre 2016 e 2026, os gastos do governo federal com pagamentos de juros e encargos da dívida subam de 3,5% para 6,5% do PIB. Por outro lado, com o congelamento dos gastos em áreas sociais e sua limitação à reposição da inflação, essas áreas devem passar de 8% para representar apenas 5,5%

O professor destaca que, como é difícil comprimir ainda mais os já escassos gastos sociais, o resultado será uma forte pressão sobre os investimentos nas universidades, que, na verdade, já vem ocorrendo nos últimos anos. Em 2015, o orçamento de todas as universidades federais somadas foi de R$ 13 bilhões. Em 2017, esse valor caiu para R$ 8,7 bilhões e a previsão para este ano é que sejam gastos R$ 5,9 bilhões, menos da metade do despendido há três anos. O mesmo cenário se repete para os institutos federais, com queda de R$ 7,9 bilhões, em 2015, para R$ 2,8 bilhões neste ano. Segundo sua apresentação, a redução dos investimentos em pesquisa, ciência e tecnologia chega a 60% em cinco anos.

“Imagina um curso de Medicina que começou há dois anos. Como é que você continua? As pessoas têm que estar no terceiro, no quarto, quinto ano, e onde estão os professores que deveriam ser contratados? Não estão. Em todo esse processo de expansão, que é truncado abruptamente, ele gera uma descontinuidade que é um desastre completo”, afirma. “Como é que você vai dar bolsas compatíveis que as pessoas precisam se você de repente corta o número de bolsas, diminui o valor numérico dessas bolas? Você não resolve esses problemas a menos que você diga: ‘Não é mais inconstitucional dar recursos para as áreas sociais. Se a gente não mudar isso, não tem futuro a educação. As universidades vão ter que discutir o que a grande imprensa já tá falando, estudantes vão ter que pagar. A mesma velha história que os setores reacionários sempre disseram”, complementou.

Como consequência desses cortes, ele diz que serão acentuadas medidas já em andamento, como o congelamento de contrações para as instituições, congelamento nominal dos salários, o corte em gratificações e remunerações extrasalariais dos servidores e o declínio nas verbas de custeio, que neste ano já devem ser 20% inferiores ao que eram no início do declínio.

Segundo ele, a EC 95 vai levar as áreas sociais a um cenário de inviabilização, mas vai afetar especialmente as universidades federais, que não terão outra opção, diante do corte profundo de gastos e investimentos, a não ser se privatizarem internamente, passando a vender serviços, ou a cobrar dos alnos.

 

 

Fonte: Brasil247

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