Os trabalhadores técnico-administrativos (TAEs) em educação das instituições federais de ensino no estado de Goiás foram às ruas e realizaram atos políticos em todos os cantos do estado para se manifestar contra medidas do governo Temer que atacam o serviço público e os direitos dos servidores federais, estaduais e municipais.
As manifestações, organizadas pelo sindicato da categoria (SINT-IFESgo), fizeram parte da paralisação de 48 horas, que começou ontem e abrangeu a UFG, o IFG e o IF Goiano. Os trabalhadores protestam contra o PLP 257 e a PEC 241, que atacam os trabalhadores e congela investimentos no serviço público por vinte anos (confira no final da matéria).
Ao todo, cerca de 2.700 trabalhadores paralisaram as atividades. Sob a orientação do SINT-IFESgo 23 campus paralisaram nos municípios de Hidrolândia, Trindade, Ceres, Iporá, Campos Belos, Posse, Senador Canedo, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Inhumas, Cidade de Goiás, Uruaçu, Águas Lindas, Jataí, Catalão e Goiânia, totalizando 16 cidades. Esse número corresponde a 65% da categoria em Goiás (tirando o Hospital das Clínicas, que funcionou normalmente e os TAEs com cargos de gratificação). Em alguns cidades foram realizadas passeatas e em outros, atividades em conjunto com docentes e estudantes.
Os trabalhadores de Goiânia, Senador Canedo, Anápolis e Aparecida de Goiânia participaram de um ato político em Brasília, puxado pelas centrais sindicais, que se manifestavam também pela cassação do então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A coordenadora geral do SINT-IFESgo, Fátima dos Reis, ressaltou a importância da paralisação. “Foi uma decisão muito importante e acertada dos trabalhadores. O PLP 257 e a PEC 241, se aprovados, representarão o maior ataque ao serviço público da história brasileira. A saúde e a educação serão as pastas mais afetadas e o estado brasileiro não terá condições mínimas para atender as demandas da população”, frisou.
A próxima atividade será uma paralisação nacional no dia 22 de setembro, puxada pela CTB e outras centrais.
O que é o PLP 257/2016?
O projeto em questão tem o objetivo de sanar o problema das dívidas entre o estado e a União através de mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal. O problema é que, para conseguir esse equilíbrio fiscal o projeto prevê a vinculação dos gastos com folha de pagamento à arrecadação da União, Estados e Municípios. Em outras palavras, em caso de crise ou de má gestão do dinheiro público o servidor será diretamente atingido, mesmo não sendo responsável pelas crises, pela incapacidade ou corrupção de alguns gestores.
O PLP 257/2016 possui ainda alguns dispositivos que favorecem questões como:
Privatização das empresas estatais;
Entrega da gestão dos serviços públicos às Organizações Sociais (OS);
Transformação da União em seguradora internacional para investimento de empresas nacionais ou multinacionais no exterior;
Alteração da política monetária, garantindo remuneração da sobra de caixa de bancos para o sistema financeiro;
Alteração da alíquota de contribuição na previdência de 11% para 14%;
Retirada de direitos e congelamento de salários dos trabalhadores do serviço público;
Retirada do dispositivo que dá aumento real ao salário mínimo;
O referido projeto, se aprovado, representará um duro golpe no serviço público federal, estaduais e municipais. Além disso, precariza o trabalho e retira dos trabalhadores direitos duramente conquistados ao longo de décadas de luta.
Balanço da paralisação dos TAEs no estado de Goiás:
IF Goiano
Campus Hidrolândia (Paralisação)
Trindade (Atividade com professores e estudantes)
Ceres (Passeata nas ruas da cidade)
Iporá (Passeata nas ruas da cidade)
Campos Belos (Atividade com professores e estudantes)
Posse (Paralisação)
Reitoria (Caravana à Brasília)
IFG
Campus Goiânia (Caravana à Brasília)
Goiânia Oeste (Caravana à Brasília)
Sen. Canedo (Caravana à Brasília)
Inhumas (Paralisação)
Goiás (Paralisação)
Uruaçu (Atividade com professores e estudantes)
Águas Lindas (Paralisação)
Anápolis (Caravana à Brasília)
Aparecida de Goiânia (Caravana à Brasília)
Reitoria (Caravana à Brasília)
UFG
Regional de Jataí – Campus Cidade Universitária e Riachuelo (Paralisação)
Regional Catalão (Paralisação)
Regional Goiás (Paralisação)
Campus em Goiânia (Caravana à Brasília)