A cessão das escolas estaduais, seja às ditas Organizações Sociais (OSs) seja à Polícia Militar, representam mais do que um atestado de incompetência do governo estadual. Representa o avanço da ideia do estado mínimo, no qual a educação, paulatinamente, vai deixando de ser um direito e vai se tornando um serviço. Em curto prazo, sofrem os trabalhadores da educação, desvalorizados, mal remunerados e submetidos a condições de trabalho precárias. A longo prazo, sofre toda a sociedade, com um modelo de educação tecnicista e alienado.

Atitudes como essa, infelizmente, não são novidade em nosso estado. De acordo com o jornal “A Tarde” (17/11/2015), o governador Marconi Perillo afirmou, em um evento realizado em Salvador (BA), que pretendia terceirizar a educação pública em Goiás, começando com 25% da rede estadual, o que corresponde a 300 escolas. Ainda segundo o jornal, o governador classificou a lei de estabilidade do funcionalismo público como “a coisa mais imbecil e mais burra que existe”. Essa declaração infeliz é o prenúncio de tempos funestos para a educação pública em nosso estado.

A luta pela educação pública, gratuita, laica e de qualidade socialmente referenciada é mais necessária do que nunca. Nesse contexto, o movimento dos estudantes secundaristas é fundamental para fazer um contraponto a essa política de terceirização e militarização das escolas. É preciso mostrar, tanto para o governo quanto para toda a sociedade, que educação de qualidade se faz com a valorização dos profissionais, com respeito aos estudantes e com a participação de toda a comunidade.