Em um ato nacional de resistência e indignação, o Sint-IFESGO esteve presente na linha de frente do protesto que recepcionou deputados federais com faixas, palavras de ordem e cobranças diretas no Aeroporto de Brasília, nesta terça-feira (15). A manifestação escancarou o repúdio de servidoras e servidores públicos de todo o país à Reforma Administrativa, uma proposta que ameaça não apenas os atuais trabalhadores do setor público, mas também quem já se aposentou e quem está às portas da aposentadoria, colocando em risco conquistas históricas como a paridade e a integralidade dos proventos.
Com faixas, buzinas e gritos de protesto como “Congresso inimigo do povo!”, os servidores denunciaram o projeto como um retrocesso social que ataca o serviço público, destrói a estabilidade e amplia a interferência política e a precarização das relações de trabalho. O Sint-IFESGO, junto a outras entidades sindicais e representações nacionais, reafirmou seu papel combativo na defesa do Estado brasileiro, dos direitos do funcionalismo e da qualidade do atendimento à população.
O ato no aeroporto foi o pontapé inicial das mobilizações da paralisação nacional dos dias 15 e 16 de julho, organizadas pelas centrais sindicais e entidades representativas do funcionalismo público. O objetivo: barrar o avanço da reforma no Congresso e alertar a sociedade sobre seus reais impactos.
Entre as principais denúncias feitas pelos manifestantes, destacou-se a hipocrisia de parlamentares que tentam vender a reforma como “modernização”, enquanto mantêm um modelo de trabalho privilegiado, o chamado regime 3×4 – comparecendo a sessões apenas de terça a quinta, com folgas prolongadas, salários de R$ 39 mil e uma série de auxílios. Um contraste gritante com a realidade dos trabalhadores comuns, que enfrentam o regime 6×1, jornadas exaustivas, baixos salários e total instabilidade.
A Reforma Administrativa, caso aprovada, trará graves consequências para todo o funcionalismo, inclusive aposentados e servidores prestes a aposentar. O projeto ameaça a manutenção da paridade e da integralidade – direitos que garantem a equiparação dos proventos de aposentados com os salários dos ativos –, além de abrir brechas para mudanças unilaterais nas regras de aposentadoria futuras, com impacto direto sobre servidores que estão próximos de se aposentar. Trata-se, portanto, de um ataque transversal: atinge quem já serviu, quem serve e quem ainda pretende ingressar no setor público.
Além disso, a proposta:
– Acaba com a estabilidade, facilitando demissões por perseguição política;
– Desmonta os concursos públicos e abre espaço para indicações políticas e apadrinhamentos;
– Favorece terceirizações e privatizações de áreas essenciais, como saúde, educação e assistência;
– Aposentados e servidores próximos da aposentadoria podem perder paridade e integralidade;
– Enfraquece carreiras públicas e compromete a qualidade dos serviços à população;
– Privatização disfarçada de “eficiência”.
Durante o protesto, representantes do Sint-IFESGO fizeram discursos contundentes contra o avanço da proposta, criticaram o Congresso Nacional por legislar em benefício próprio e alertaram para o risco de institucionalização do clientelismo e da barganha política, caso a reforma avance. “Essa proposta não corta privilégios; ela os preserva. Ataca justamente quem sustenta o Estado brasileiro com trabalho, dedicação e compromisso público”, afirmou Eduardo Marques, vice-diretor de assuntos de aposentadoria e aposentados do sindicato.
A manifestação evidenciou o abismo entre os interesses da elite política e econômica representada no Congresso e as necessidades da população que depende de serviços públicos gratuitos e de qualidade. O recado foi claro: quem precisa de reforma não é o serviço público, mas o sistema político que o quer desmontar.
A ação realizada hoje no aeroporto de Brasília foi apenas o começo de uma série de mobilizações que seguem ao longo da semana em todo o país. A paralisação nacional é uma resposta direta ao descaso do Congresso Nacional, que tem ignorado o impacto devastador da reforma especialmente para as populações mais pobres, que dependem dos serviços públicos.
Enquanto parlamentares legislam em causa própria, servidores públicos resistem nas ruas, nas redes e nos locais de trabalho. O SINT-IFESGO reafirma: se a Reforma Administrativa passar, quem perde é o povo. A luta é agora. E a história cobrará de quem escolheu estar ao lado do retrocesso.
Confira os registros dessa mobilização:
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