Caminhada da Praça Universitária à Praça Cívica reuniu trabalhadores, estudantes e movimentos sociais em sintonia com mobilizações pelo país. Além de exigir responsabilização por ataques à democracia, a manifestação criticou o chamado “PL da dosimetria” e apontou a PEC 38/2025 como ameaça a direitos, carreiras e à qualidade dos serviços públicos.
O Sint-IFESGO participou do ato político-cultural “Sem anistia nem dosimetria pra golpista!”, realizado em Goiânia no domingo (14), às 15h, com concentração na Praça Universitária e caminhada até o coreto da Praça Cívica, em frente ao Palácio das Esmeraldas. Convocada pelo Fórum Goiano em Defesa dos Direitos, da Democracia e da Soberania e construída com apoio de entidades e movimentos sociais, a atividade integrou uma jornada de mobilizações em defesa do Estado Democrático de Direito, da soberania popular e dos direitos sociais.
A manifestação ocupou o centro da capital com um recado direto: não há democracia com impunidade. Com faixas, palavras de ordem e intervenções culturais, o ato reuniu servidores, estudantes e organizações populares para afirmar que crimes contra a democracia não podem ser relativizados — nem “anistiados”, nem empurrados para acordos políticos que, na prática, normalizam a violência contra as instituições e o voto popular.
O protesto também foi marcado pela denúncia ao chamado “PL da dosimetria”, aprovado na Câmara dos Deputados em 9 de dezembro de 2025 e enviado ao Senado. A proposta altera regras de aplicação de pena e é criticada por movimentos sociais e entidades sindicais por abrir caminho para redução de punições associadas aos atos de 8 de janeiro e crimes correlatos.
Na avaliação das entidades presentes, discutir democracia exige defender responsabilização — porque sem punição proporcional e sem compromisso com a verdade, a porta fica aberta para repetição de ataques e para a reorganização de grupos golpistas.
Outra pauta central do Sint-IFESGO no ato foi o enfrentamento à PEC 38/2025, protocolada na Câmara como proposta para “aperfeiçoar” a administração pública, impulsionar transformação digital, reestruturar carreiras e “extinguir privilégios”.
O sindicato alerta que, por trás do discurso de eficiência, esse tipo de reforma costuma significar pressão por metas sem condições de trabalho, instabilidade, abertura para vínculos precários e enfraquecimento de carreiras — com impacto direto na qualidade do atendimento à população, especialmente na educação, na ciência e nas políticas sociais.
A ministra da Gestão, Esther Dweck, declarou que a PEC 38 “não representa a posição do Executivo”, por ter sido formulada no Legislativo, e defendeu a estabilidade como proteção do Estado e da continuidade das políticas públicas.
Durante a caminhada, o coordenador-geral do Sint-IFESGO, Diego Siqueira, ressaltou o sentido de organização popular do ato e a exigência de responsabilização. Segundo o sindicato, ele afirmou:
“O ato realizado hoje em Goiânia foi uma demonstração histórica de força e organização popular. Trabalhadores, trabalhadoras e estudantes ocuparam as ruas com uma mensagem clara: não aceitaremos a conciliação com golpistas que servem aos interesses do capital financeiro.
A nossa exigência é inegociável: SEM ANISTIA para os que atentaram contra o país. Exigimos punição exemplar aos golpistas, rejeitando qualquer manobra de impunidade articulada pela extrema direita, inclusive por seus representantes locais, como o grupo Caiadista.
Também nos posicionamos firmemente contra a ascensão de figuras que representam o retrocesso no legislativo, gritando em uma só voz: Fora Hugo Mota! A verdadeira democracia se faz nas ruas, cobrando justiça e defendendo a soberania popular.”
O ato em Goiânia reafirmou que defender a democracia é tarefa cotidiana e compromisso de classe: exige justiça, memória e responsabilização — e também exige serviço público forte, com direitos e condições de trabalho para quem garante políticas públicas. Para o Sint-IFESGO, “sem anistia” caminha junto com a luta contra projetos que enfraquecem o Estado por dentro e retiram direitos da maioria.
Fortaleça seu sindicato. Converse com colegas e estudantes. Participe das próximas atividades e ajude a ampliar as denúncias e reivindicações nas ruas e nas redes:
SEM ANISTIA. CONTRA O “PL DA DOSIMETRIA”. NÃO À PEC 38/2025.
SEM IMPUNIDADE. COM ORGANIZAÇÃO POPULAR.






