O seminário “Dilemas e Desafios para a Classe Trabalhadora 2015/2018”, que a CTB promove nos dias 8 e 9 de abril, ganha contornos mais relevantes com o clima de “terceiro turno” empenhado pelas forças conservadoras neste fim de semana – essa é a opinião do diretor de estudos e pesquisa da Fundação Maurício Grabois, Aloísio Barroso. Ele é um dos acadêmicos convidados para compor as mesas de discussão, que irão reunir lideranças dos partidos da base aliada, dos movimentos sociais, dos centros de estudos progresistas e da CTB.
“O seminário, sem duvida nenhuma, ocorre num momento importante da vida nacional. O objetivo central do encontro será delinear a situação política e a evolução desse processo que vive o pais, principalmente no que diz respeito aos pontos comuns entre trabalho, economia e política. Além dos partidos políticos, convidamos movimentos como o MST, o MTST e a UNE para fazer essa apreciação”, explicou Barroso. “Há um esforco muito grande para compreender o momento que vivemos, que está dando origem a vários desses eventos pelo Brasil. É exatamente nesse ambiente de pressão da direita que o debate vai ocorrer, para ajustar as posições da CTB”, disse.
Para o acadêmico, a mudança do eixo político no pós-eleição força os movimentos progressistas a repensarem as estratégias de pressão sobre o governo, pois é preciso reconhecer que a briga será mais aguerrida: “O problema principal hoje, do qual os outros decorrem, é político, porque evidentemente há uma tentativa de retrocesso do ponto de vista das eleições. Se isso acontecer, nem as conquistas que tivemos nos ultimos 12 anos estarão seguras, já que a pauta agenda dos derrotados esta a serviço do capital financeiro internacional. Nós já vimos o que acontece quando essas pessoas chegam ao poder: os oito anos do governo FHC foram uma verdadeira tragédia nacional a recair sobre os ombros dos trabalhadores. Não houve avanços e agravaram-se o endividamento público do país, o endividamento externo, o desemprego, houve arrocho salarial, entre tantas coisas. A expressão que estamos usando é ‘política no comando’, porque colocar a pauta trabalhista em primeiro lugar, neste momento, nao trará resultado concreto”.
Nomes de peso
Entre os debatedores convidados que já confirmaram presença, além do próprio Barroso, estão os economistas Marcio Pochmann (Fundação Perseu Abramo), Maryse Farhi (Unicamp), Magda Chambriard (diretora da Agência Nacional do Petróleo), Carlos Pastoriza (presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), e José Carlos Braga (pesquisador da Unicamp).
Para Eduardo Navarro, diretor executivo da CTB, o momento é ideal para o realinhamento estratégico da Central: “A CTB tem se esforçado para entender a realidade política e econômica, e para tentar nortear suas ações neste ano. E o Seminário vai nesse sentido: a ideia é apresentar os caminhos que a Central, bem como os movimentos sociais e sindical, deverão seguir ao longo de 2015”.
Fonte: Portal CTB