Na manhã desta terça-feira, o SINT-IFESGO promoveu uma importante roda de conversa virtual com o tema “TAEs e os Desafios para a Construção de Práticas Antirracistas nas IFES”. O evento reuniu servidores e servidoras das Instituições Federais de Ensino (IFEs) para um debate profundo sobre os desafios e as estratégias para a implementação de práticas antirracistas no ambiente acadêmico e institucional.
A roda de conversa contou com a presença de duas figuras-chave para o debate: Marciella Carvalho, servidora técnica-administrativa na Reitoria do Instituto Federal de Goiás (IFG), Coordenadora da Comissão de Políticas para Pessoas Negras, Indígenas e de Etnia Romani (CPPIR-Central/IFG), e Presidente da Comissão de Verificação de Candidaturas Autodeclaradas Negras, Pretas, Pardas e Indígenas. Outro participante foi Shilton Caldeira Nunes, bibliotecário-documentalista no IFG (Campus Goiânia Oeste), mestre em Educação Profissional e Tecnológica, e dirigente sindical do Sint-IFES-GO e teve como moderação, articulação e coordenação, Juliana Damando, Coordenadora do GT Étnico-Racial, Gênero e Diversidade Sexual.
Durante o encontro, os debatedores trouxeram uma reflexão crítica sobre o papel dos Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs) na construção de práticas antirracistas nas Instituições Federais de Ensino. Marciella destacou a importância de uma atuação integrada entre servidores, estudantes e gestores na promoção de um ambiente mais inclusivo e livre de discriminação racial. Ela ressaltou ainda o papel das comissões de verificação e das políticas afirmativas como instrumentos essenciais para garantir que os processos seletivos e as ações institucionais realmente promovam a igualdade racial.
Por sua vez, Shilton Caldeira Nunes abordou as dificuldades enfrentadas pelos TAEs ao tentarem implementar práticas antirracistas no cotidiano institucional. Ele enfatizou a necessidade de uma formação contínua sobre o tema, bem como a urgência de se criar espaços de diálogo para que todos, especialmente os servidores que ocupam cargos de liderança, possam se conscientizar sobre o racismo estrutural e suas consequências.
Entre os principais desafios apontados pelos debatedores, destaca-se a resistência que ainda existe dentro de algumas áreas das IFES para a adoção de políticas efetivas de combate ao racismo. A falta de capacitação e a carência de uma abordagem crítica sobre a história e a realidade das populações negras e indígenas nas IFES também foram mencionadas como obstáculos para a implementação de uma política antirracista verdadeira e duradoura.
Ao final da roda de conversa, Marciella e Shilton ressaltaram a importância de ações afirmativas no ambiente educacional e no contexto profissional das IFES, além da necessidade de envolver todos os membros da comunidade acadêmica no processo de construção de um ambiente mais justo e igualitário. Foi destacado ainda que a luta contra o racismo deve ser contínua e deve envolver não apenas ações individuais, mas também políticas institucionais que promovam a equidade racial. Na ocasião, Juliana Damando, colocou a necessidade de afirmarmos um compromisso do SINT-IFESgo em cobrar da gestão das IFEs que forneçam a estrutura necessária para elaborar esses protocolos e fazerem ampla campanha de divulgação dos materiais antirracistas que serão produzidos nas instituições.
A roda de conversa proporcionou um espaço valioso para a reflexão e o diálogo sobre a atuação dos TAEs na promoção de práticas antirracistas nas IFES. Os debatedores, com suas experiências e conhecimentos, contribuíram para uma melhor compreensão dos desafios enfrentados e das estratégias necessárias para a construção de uma sociedade mais j