O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse ontem que reitores de universidades federais que não informam os nomes de professores e funcionários em greve serão responsabilizados por improbidade administrativa.
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Quando um reitor não informa ao governo quais são os servidores em greve, todos permanecem recebendo os salários normalmente, mesmo sem trabalhar. A paralisação nas universidades federais já dura três meses.
“Isso vai ter que ser apurado adiante, porque esses reitores, ou esses agentes, estão em situação de improbidade”, disse o ministro da Advocacia-Geral da União.
Embora o governo já tivesse sugerido esse tipo de procedimento punitivo, esta é a primeira vez que um integrante do alto escalão fala em público a respeito.
Adams deu essa declaração em entrevista à Folha e ao UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha). Segundo ele, a responsabilidade dos reitores terá de ser apurada “pelo TCU [Tribunal de Contas da União], pela CGU [Controladoria-Geral da União] e pelo próprio Ministério Público Federal, que tem essas incumbências”.
A improbidade por parte dos reitores estaria acontecendo “porque o desconto é um dever do administrador. Não é um direito, não é uma faculdade”. Adams afirmou que “a faculdade que a greve oferece, que a lei oferece, é negociar os dias parados”.