OPINIÃO: O QUE FAZER DIANTE DE TANTOS ATAQUES TRABALHISTAS? FILIE-SE E PARTICIPE!

OPINIÃO: O QUE FAZER DIANTE DE TANTOS ATAQUES TRABALHISTAS? FILIE-SE E PARTICIPE!
OPINIÃO: O QUE FAZER DIANTE DE TANTOS ATAQUES TRABALHISTAS? FILIE-SE E PARTICIPE!

Por Michely Coutinho*

A extinção do Ministério do Trabalho é tão somente a coerência de um governo que sempre expressou seu lado: o das elites. Uma coisa que não podemos dizer é que ele não está cumprindo tudo o que falou. Ele foi expresso: OU SE TEM DIREITO OU SE TEM  TRABALHO. O anúncio da extinção de um ministério que é historicamente um dos mais importantes para o trabalhador brasileiro, no último país do Ocidente que aboliu a escravidão, é a apresentação “didática” dos próximos quatro anos. Trabalhador que votou nesse governo não pode se dizer “arrependido” ou “iludido”. Não. Acabar com direitos trabalhistas estava expresso em seu plano de governo (que prevê até uma nova carteira de trabalho “verde e amarela” com mais renúncia de direitos) e em centenas de entrevistas e vídeos, além do seu passado de 28 anos como deputado federal que SEMPRE VOTOU CONTRA TRABALHADOR. Qual é a surpresa?! Nenhuma.

Do lado de cá, os sindicatos brasileiros irão continuar em sua missão que sempre cumpriram: a defesa irrestrita de direitos dos trabalhadores e da democracia brasileira. E algo é preciso ser ressaltado: de que lado você está? Eu entendo grandes corporações, governos e parte da mídia atacar os sindicatos. São interesses deles dividir os trabalhadores e minar suas organizações e enfrentamentos. No entanto, trabalhador que ataca sindicato é “suicídio trabalhista”. As necessárias críticas devem ser feitas nas instâncias adequadas como as assembleias sindicais, conselhos de delegados e outras atividades. Mas o ataque belicoso com objetivo de exterminar uma das mais importantes entidades republicanas desse país interessa tão somente a quem quer ver extintos os próprios direitos dos trabalhadores.

Então, o que fazer? Respondo com uma pergunta: você é filiado ao seu sindicato? Ora, uma das imediatas alternativas que vejo é a organização do trabalhador, ou seja, a filiação e a participação no sindicato. Filiar-se e vivenciar as pautas e demandas de sua categoria, dar sua contribuição prática e coletivamente defender seus próprios direitos e prerrogativas. Não podemos mais terceirizar a luta. Em qualquer outro país do mundo, o anúncio da extinção do Ministério do Trabalho levaria às ruas milhares ou milhões de trabalhadores. Aqui, infelizmente não. Os sindicatos se pronunciaram, não se omitiram, mas precisamos estarmos mobilizados e presentes para enfrentar esses ataques. E uma maneira é nos filiar aos sindicatos e renovarmos estratégias enquanto trabalhadoras e trabalhadores. As novas gerações, a minha que já está no mercado e a que está ingressando, infelizmente parece não ter o mesmo vínculo com o sindicato, visto que o próprio vínculo com o trabalho em si tem se percebido diferente. Ainda assim, independente de nossa relação com a carreira, a empresa e o propósito do trabalho, a organização coletiva em torno de nossos direitos trabalhistas não possui ainda outra forma de se realizar que não de forma coletiva e presente!

Filie-se e participe ativamente! Que todas e todos nós possamos assumir coletivamente a defesa dos nossos direitos trabalhistas e sociais. Nós por nós!

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Observação:

Atenta à tatica bolsotrumpiana “firehosing”, reajo à notícia da extinção do Ministério do Trabalho com a resistência permanente enquanto sindicalista e advogada trabalhista, e também com a cautela enquanto radialista e ativista da comunicação. A qualquer notícia, é preciso que tenhamos atenção à “cortina de fumaça”: ele vai governar pelas redes sociais e desmentir quando as matérias saírem pela imprensa, avançando e recuando conforme o público reagir. E mesclará pautas econômicas e trabalhistas às polêmicas pautas como “ideologia de gênero” e fake news, com o “desvio de foco”. A aliança entre ultraliberalismo e conservadorismo estão muito bem articuladas para alternarem as pautas. Por fim, não teremos nem direitos trabalhistas e sociais, nem liberdades individuais e democracia. Sim, o plano é que o próximo réveillon seja a virada para 1964 de volta!

 

*Michely Coutinho é Michely Coutinho é Diretoria de Relações Étnico-Raciais, Gênero e Diversidade do SINT-IFESgo

Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das
Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás
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