A redução das taxas de juros se transformou em um clamor nacional. Ecoa não só na Presidência da República e no Congresso Nacional, mas também no movimento sindical e no meio empresarial, com a exceção de rentistas que lucram com a estagnação econômica e a desgraça alheia.
Uma grande maioria da nossa sociedade reclama juros menores. Foi esta a razão dos protestos organizados pelas centrais sindicais e movimentos sociais na última terça-feira (20). Mas, o bolsonarista Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, faz ouvidos moucos.
Temos hoje a maior taxa de juros reais de todo o mundo, ditada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que é comandado pelo presidente do BC. Não há teoria que justifique isto, uma vez que a inflação está em queda e na medida em que declina cresce a taxa real de juros ainda que se mantenha no mesmo índice nominal.
Conforme afirmou o presidente Lula, “Neto joga contra os interesses da economia nacional. Não há explicações aceitáveis”. Podem ser apontados dois motivos: o interesse bolsonarista de sabotar a economia com o propósito de evitar o êxito do governo e os interesses de rentistas, que se alimentam de juros.
As altas taxas de juros constituem, hoje, o principal obstáculo à recuperação e ao crescimento da economia brasileira. Funcionam como um veneno para as atividades produtivas, deprimindo o consumo e os investimentos, comprometendo a expansão do PIB e a geração de postos de trabalho.
A política de juros altos do bolsonarista Campos Neto impõe ao país uma perversa transferência de renda da maioria da sociedade para investidores financeiros. Isto transparece no fato de que 49,2% do Orçamento da União deste ano serão destinados ao pagamento de juros da dívida pública, o que tem por contrapartida corte nos investimentos em infraestrutura, saúde, educação, seguridade, ciência, tecnologia e outras áreas.
É preciso dar um basta à política monetária suicida e à sabotagem da economia nacional pela direção do Banco Central. A sociedade brasileira exige a queda imediata das taxas de juros.
Fora Roberto Campos Neto!
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Reprodução Portal CTB