Após o Supremo Tribunal Federal (STF) indeferir o habeas corpus solicitado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o juiz Sérgio Moro decretou a prisão de Lula. O presidente ilegítimo Michel Temer e o senador Aécio Neves, suspeitos de corrupção e com excesso de provas, continuam soltos ocupando cargos de foro privilegiado. Enquanto isso, o processo contra o candidato à presidência da República, apontado em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, foi acelerado e passado à frente de sete ações da Lava Jato pelo TRF4 (Tribunal Federal Regional da 4ª Região).
A Fasubra Sindical se posicionou contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e neste momento denuncia o julgamento seletivo e político de Lula, como parte do golpe.
A Federação historicamente trilha o caminho da independência política, sempre a serviço da luta dos trabalhadores técnico-administrativos em educação. Realizamos greves, caravanas e mobilizações contra todos os governos que atacam os trabalhadores. Fizemos muita luta nos governos de Lula e do PT, todas as vezes em que foi necessário. Temos duras críticas às várias medidas que, em conciliação de classes, os governos petistas utilizaram contra os trabalhadores. A FASUBRA sempre atuou com protagonismo na luta contra as retiradas de direitos e pelo avanço das conquistas.
Mas, da mesma forma que lutamos em defesa de direitos sociais, é preciso também lutar por direitos democráticos. Sendo assim, não podemos aceitar que Lula seja condenado e preso nos marcos de um julgamento político, que serve ao único objetivo de tirá-lo da disputa eleitoral.
Isso não significa apoiar o seu projeto político, mas o seu direito de ser candidato. A FASUBRA, luta contra os movimentos de direita, reacionários e conservadores que crescem no país com este cenário político. Os grupos fascistas começam a ganhar audiência de massa e que se expressam em candidaturas representam o atraso.
Estar ao lado das lutas sociais sempre foi o papel da Fasubra, em defesa dos direitos democráticos, contra os abusos e a opressão do Estado, em especial do poder judiciário.
Neste momento da história, no qual vemos uma brutal ofensiva do capital contra os trabalhadores, a prisão de Lula representa o triunfo de grande parte da elite que manda no país. Não se trata de uma vitória dos trabalhadores, não se trata de dias melhores para as organizações progressistas e de esquerda!
Após o impeachment, o governo Temer acelerou e aprofundou o ajuste fiscal, com ataque ao direito de greve e congelamento salarial do funcionalismo, aprovação da reforma trabalhista, ampliação da terceirização, corte nos investimentos na saúde e educação entre vários outros. Estamos vendo uma onda de violência crescer no país contra a população e contra as organizações de esquerda.
É preciso resistir. Todos os movimentos sociais, centrais sindicais e organizações políticas precisam construir um calendário unificado de lutas em unidade de ação.
Na perspectiva desta luta por direitos sociais e pelas liberdades democráticas, orientamos os sindicatos filiados e todos os trabalhadores das universidades avaliar a participação nas mobilizações que acontecem pelo país.
Direção Nacional FASUBRA Sindical