A rodada de negociações marcada para amanhã, entre representantes do Ministério do Planejamento e das entidades de servidores públicos do Executivo Federal, abre uma nova perspectiva na relação entre o governo Dilma e os sindicatos. Em pauta, a consolidação de um calendário de reuniões centradas na discussão dos sete eixos da Campanha Salarial Unificada 2011, que reúne 26 entidades nacionais representativas do funcionalismo público federal.
Na avaliação dos sindicalistas, o encontro de segunda-feira é resultado da mobilização das categorias, que, nos últimos dois meses, realizaram duas manifestações em Brasília com o objetivo de marcar audiência com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
Depois de tanta insistência, a ministra recebeu os sindicalistas na quarta-feira passada. A reunião de amanhã é um efeito prático do encontro, no qual a titular do Planejamento nomeou o agora secretário de Relações do Trabalho, Duvanier Ferreira, para acompanhar todas as negociações com os servidores.
REIVINDICAÇÕES
Os servidores reivindicam o fim da suspensão dos concursos públicos e a retomada das nomeações, congeladas desde que o governo anunciou o corte de R$ 50,7 bilhões do Orçamento deste ano. As entidades também pedem a negociação de acordos coletivos, o estabelecimento de uma data-base conjunta em 1º de maio e a isonomia no auxílio-alimentação com os servidores do Legislativo e do Judiciário. Eles querem ainda a retirada de dois projetos de lei que congelam os salários do funcionalismo e permitem a demissão de servidores por mau desempenho.
Apesar de o governo na reunião de quarta-feira ter descartado atender quaisquer pedidos das entidades, o secretário Duvanier considera que houve avanço porque nenhuma reivindicação deixará de ser discutida. “A principal característica da mesa de negociação permanente é a liberdade de pauta. Podemos discutir tudo, mas fazemos um acordo dentro da agenda sindical”.
Secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa, defende a cobrança ao governo Dilma não só do diálogo permanente, “mas do atendimento consistente de todas as demandas necessárias para melhorar condições de trabalho e o atendimento à população brasileira”.
Para Duvanier, a criação da Secretaria de Relações do Trabalho demonstra a intenção do governo Dilma de democratizar o tratamento das questões do funcionalismo público federal. A nova secretaria assume parte das responsabilidades da Secretaria
de Recursos Humanos.
SAIBA +
Na próxima terça-feira, as entidades nacionais voltam a se reunir para avaliar o resultado da reunião com Duvanier. Também na terça as entidades definem um calendário oficial de atividades que serão promovidas de forma unificada em defesa dos servidores e serviços públicos. Entre as ações está a realização de atos nos estados no dia 11 de maio.
Isaac Marra
Jornal de Brasília
Publicado em 17/04/2011
Fonte: Página da Condsef – www.condsef.org.br