Servidoras da Reitoria do IFG, entre mães, solteiras, divorciadas, mulheres militantes nos movimentos sociais e feministas realizaram uma discussão calorosa na manhã de hoje, 11, na sala de Reuniões. Evento organizado pelo Siass IFG/ IF Goiano, UFG e SINT-IFESgo em comemoração ao Dia da Mulher promoveu reunião de mulheres para discutir seu papel no ambiente de trabalho, a equidade de gênero, estendendo ao papel que a mulher atualmente ocupa na sociedade, no trabalho, em casa em e diversos ambientes que frequenta.
Como parte da dinâmica, foi passada uma caixa com diferentes frases ao som de uma música. Ao parar a música, a pessoa que estivesse com a caixa na mão tirava uma frase e iniciava a discussão. Duas frases contextualizaram toda a conversa: Ela é brava porque é mal amada e Sai de roupa curta, merece ser desrespeitada e até estuprada. Duas frases que são frequentemente ouvidas por muitas mulheres, muitas vezes falada por homens e, por incrível que pareça, também por mulheres. Essa foi uma opinião unânime entre as participantes, inclusive com depoimentos pessoais das participantes: “sem ver fazemos isso, falamos mal uma das outras, comentamos da roupa que a colega vem para o trabalho, que ela está brava porque não faz sexo”, comentaram as servidoras.
Em torno dessas duas questões ideias surgiram, como o machismo que ainda impera no meio social, questões básicas como essas e que ainda estão sendo abordadas em 2016. “Ela é brava ou é uma mulher que não se submete? Mal amada porque não está no papel que esperam, porque não tem nenhum homem”, indaga indignada a servidora administrativa da UFG, Mariana Lopes, que atua nos movimentos sindical e feminista.
Submissão da mulher, liberdade de escolha entre casar ou não, precisar de um homem para resolver questões básicas como levar um carro para revisão, realizar primeiro uma mudança de postura pessoal no trabalho e depois promover uma mudança de cultura em torno do preconceito contra as mulheres, a liberdade de escolha do que vestir, tudo isso foi abordado durante o encontro. Outras questões como culpar sempre a mulher em caso de desrespeito, assédio sexual, até assassinato foram postos como pontos importantes e sérios a serem discutidos e temas ligados ao uso de camisinha feminina também nortearam a toda de conversa.
Coletivo de Mulheres
A proposta colocada na reunião e acordada por todas foi a criação de uma Rede de Mulheres na Reitoria do IFG. A primeira ação será criar um e-mail fechado para as servidoras para que sirva de canal de discussão de assuntos diversos e também seja um canal que promova denúncias de assédio moral e sexual que possam vir a ocorrer no ambiente de trabalho, que seja uma rede de solidariedade e apoio entre as servidoras, formando um coletivo organizado de mulheres.
Nova reunião para definir as ações e o cronograma foi agendada para dia 28 de março, às 11 horas, na Reitoria. A proposta é que depois de definir uma sequência de atividades, haja um encontro mensal do grupo, além da realização de uma campanha institucional de organização em torno do assédio moral e sexual.
Atualmente, o IFG disponibiliza para os servidores canais para denúncia e discussão em torno do assédio moral e demais questões éticas. São eles: a Comissão contra Assédio Moral, a Coordenação de Assistência ao Servidor (Reitoria e nos câmpus) e a Comissão de Ética.
O evento foi conduzido pelas servidoras do IFG que atuam no Siass, Ilza de Carvalho Santos (assistente social) e Ariandeny Silva de Souza Furtado (nutricionista), além de representantes das demais instituições e entidades envolvidas.
Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.
Divulgado: Página do IFG – www.ifg.edu.br