Uruaçu não ficou de fora da série de manifestações de 28 de abril e na cidade do Norte goiano o que se viu foi protesto direcionado contra as reformas trabalhista e previdenciária, além de outras reivindicações e mostras de contrariedades variadas.
Com trezentas pessoas, em média, o grupo se concentrou em frente à agência do Banco do Brasil, seguindo até o monumento Pássaro Grande, fazendo o contorno e adentrando novamente a via pública principal – avenida Tocantins –, indo até a porta da Câmara Municipal. No percurso, mais de 20 participantes fizeram uso da palavra, inclusive convocando quem assistia ou passava para se juntarem a eles.
Uma viatura da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) e um carro de publicidade volante estiveram na dianteira e, nenhum ato de baderna foi registrado.
A caminhada teve início às 10h44. Com informação de que a programação teria início em diferentes horários (8h30, depois 10h) e, sob relatos de dois pontos (em frente às agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal) fez com que participantes ficassem irritados com falta de maior organização.
Portadores de duas bandeiras com logotipo do PT ganharam solicitação para que deixassem de expô-las, com pedido aceito apenas nas proximidades do monumento Pássaro Grande. O caso ganhou repercussão em diferentes grupos de redes sociais locais, especialmente pelo fato de – com antecedência –, ter havido orientação e pedidos para que ninguém lidasse com conotação partidária na caminhada. Trata-se de pessoas de bem da sociedade de Uruaçu, porém a iniciativa desagradou 99,99%.
A greve geral foi convocada nacionalmente por Centrais Sindicais, atraindo no País mais de 100 categorias e serviços. Em Uruaçu, não teve uma frente organizadora específica responsável, mas sim uma junção de forças por ideais conjuntos.
SINDIURUAÇU E REGIÃO
Com participação de representações diversas, a reportagem presenciou funcionários públicos municipais, estaduais e federais, além de sindicalistas, estudantes e outros classistas – Exemplos: entidades classistas, ou representantes, ou servidores dos Correios, da Justiça Comum, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), bancários, alunos de unidades de ensino (fundamental, médio e superior).
Também entre as entidades, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Uruaçu, Campinorte, Nova Iguaçu de Goiás, Alto Horizonte, Mara Rosa, Amaralina, Estrela do Norte, Mutunópolis, Barro Alto, Santa Rita do Novo Destino e Nova Glória (SINDIURUAÇU E REGIÃO), presidido por Mário Ribeiro Filho. Prestando depoimentos nos bastidores da caminhada, o popular Marinho considerou que o acontecimento tem significado importante e que “a luta não termina hoje (confira dois vídeos com declarações do líder sindical)”: www.youtube.com Jornal Cidade Jota e Márcia.
Com antecedência, o Sindicato publicou texto, conteúdo básico utilizado também na publicidade volante gravada/anunciada no evento e, em linhas gerais, apresentou o teor que segue: Neste 28 de abril, data marcante em todo o Brasil, o SINDIURUAÇU E REGIÃO não poderia de deixar de participar das atividades municipais, regionais, estaduais e nacionais, manifestando pacificamente que discorda da tentativa do governo federal de querer prejudicar o funcionalismo público, cortando direitos conquistados legitimamente e protelando outros anseios do servidor, além de querer fazer o mesmo com o trabalhador em geral. Diga não ao desrespeito com os servidores públicos! Diga não a reforma trabalhista! Diga não a reforma da Previdência! Chega de retrocessos!
O SINDIURUAÇU E REGIÃO, como sempre, está ao lado do servidor público e jamais deixaria de protestar, esclarecendo ser contra tentativas do governo federal de prejudicar o funcionalismo, cerceando direitos conquistados ao longo de décadas. Somos contra quem visa barrar outros anseios do ser humano lutador. Diga não ao desrespeito com os pais de famílias! Diga não ao governo federal que quer desmobilizar o sindicalismo do bem. – Com Marinho frisando que a luta permanecesse por toda a vida.
Eles falaram à reportagem
Atendendo a reportagem, participantes enalteceram as atividades do 28 de abril. Marinho ressalta também que a união de forças em prol da realização da manifestação já foi uma vitória por si só. Em seguida, a expressividade das representações que foram para a avenida Tocantins, bem como o conteúdo das mensagens transmitidas. Uruaçu está de parabéns! Agradeço demais a participação de cada pessoa, de cada companheiro!”
Helcy Braga, primeira tesoureira do SINDIURUAÇU E REGIÃO, era uma das participantes mais animadas e a todo instante foi vista estimulando terceiros, chamando atenção para a importância das causas defendidas. Uma sindicalista entusiasmada e companheira de primeira hora de Marinho. “Devemos protestar. Temos que lutar pelos nossos direitos”.
Carlos Henrique Alves do Rêgo (Carzem), bancário, jornalista, blogueiro e uma das pessoas mais cultas de Uruaçu, disse ser muito importante toda a ação. “Que nós de Uruaçu não fiquemos à margem do que está acontecendo no País. Uruaçu também está ‘acordado’, está sofrendo, como todo o Brasil”. Lamentando “profundamente por aqueles que não entenderam a causa”, pregou: “…Pelos que não entenderam a profundidade ‘da coisa’, como por exemplo, os próprios servidores do Município, com o prefeito do PSDB [Valmir Pedro], ligado ao PSDB do Marconi Perillo, governador de Goiás aliado do presidente Michel Temer [PMDB], decretando ponto facultativo, para que os funcionários pudessem participar do evento… E o funcionalismo não compareceu como devia! O prefeito acertou, mas, o Município, que tem mais de mil funcionários e, a gente vê que uma minoria de funcionários participou. Acho essa não participação lamentável, como eu acho lamentável pelos meus colegas de banco [Banco do Brasil]. Somos 19 e só tinham cinco participando e, por pessoas de outras entidades também. Estão de parabéns todos os movimentos aqui representados e a manifestação foi pacífica, assim como deveria ser”.
Hugo Barros, servidor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) – Câmpus Uruaçu, fez “avalição muito boa. Quero Parabenizar todos os movimentos, trabalhadores da Prefeitura, Justiça, dos Correios, bancário, da Polícia, trabalhadores da iniciativa privada, até porque todos os servidores são impactados para essas reformas que a gente está lutando hoje. Seria a reforma da Previdência e trabalhista. Por exemplo: a da Previdência traz mudanças significativas para todos os trabalhadores públicos e privados. O tempo de contribuição mínimo está passando para 30 anos. Isso é prejudicial a todos os trabalhadores. A classe política está fazendo toda essa reforma com pouca discussão”. Alertando que hoje o Congresso, “ao invés de estar
recebendo a população, discutindo, está ‘rodeado’ de seguranças. Parece que a classe política em vez de discutir com a população tem medo da população. Somos contra tudo isso e resolveu-se manifestar. Estão todos de parabéns, agradecemos a presença da imprensa, porque a imprensa é essencial no meio de toda essa luta, até para ajudar melhor informar a população, que às vezes, em muitos casos, não tem toda essa informação”.
Estudante e assíduo em redes sociais, Raphael Sousa classificou a passeata como “bastante positiva, pelo fato de ser um dia histórico no País, com greve geral. O Brasil, no momento, se encontra parado, tudo parado, contra a reforma, ‘desforma’ da Previdência. Foi positivo em Uruaçu e a luta não termina. Ela continua”.
Ponto facultativo
Devido a paralisação de cunho nacional, a Prefeitura de Uruaçu decretou ponto facultativo nas repartições municipais, mas com atendimento normal no Departamento de Arrecadação Municipal, além de atividades operacionais, serviços considerados essenciais e indispensáveis. Na segunda-feira 1º, Dia do Trabalho, também não haverá expediente, com o expediente voltando à normalidade na terça 2.
Para Marinho, a decisão do prefeito Valmir Pedro é positiva, “uma vez que a mobilização é legal, de cunho nacional e representa muito para o Brasil. O Valmir teve bom senso e agradecemos ao prefeito pelo decreto. Nós pedimos que ele baixasse o decreto”, esclarece o dirigente sindical.
(Jota Marcelo)
