IMPACTOS DO PAGAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA NA EDUCAÇÃO

Segundo FASUBRA, apenas cinco horas de suspensão da dívida pagaria reajuste aos trabalhadores em greve
Segundo FASUBRA, apenas cinco horas de suspensão da dívida pagaria reajuste aos trabalhadores em greve

O Comando Nacional de Greve participou na manhã de terça-feira, 18, do Seminário Regional “A corrupção e o sistema da dívida”, no Auditório da Reitoria da Universidade de Brasília.  O evento promovido pela Associação Auditoria Cidadã da Dívida (ACD) em parceria com a UNBTV e o Núcleo-DF, reuniu representantes de entidades de movimentos sindicais, movimentos sociais, professores da universidade e o reitor Ivan Camargo.

De acordo com a associação, a maior corrupção que existe no país é a corrupção “legalizada” no Sistema da Dívida, que consome quase metade do orçamento federal, grande parte dos orçamentos estaduais e até municipais. Tudo isso sem transparência.  O objetivo do seminário seria trazer o assunto às claras para a sociedade.

Palestras

Maria Lúcia Fattorelli Carneiro, coordenadora nacional da Auditoria Cidadã apresentou a primeira palestra sobre o Orçamento Geral da União, em que a dívida pública (R$ 978 bilhões) consome quase metade dos recursos. Em 2014, foram executados R$2,168 trilhões. De 45,1% gastos com juros de amortizações da dívida, apenas 3,7% são gastos com educação e 4% na área da saúde.  Segundo Maria Lúcia, a auditoria da dívida prevista na Constituição Federal ainda não foi realizada e este ano a dívida consumirá R$ 3,8 bilhões por dia.

Ramon Restes Bentivenha, membro da Comissão Especial de Controle Social dos Gastos Públicos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), apresentou a segunda palestra sobre as duas opções do cidadão brasileiro, continuar na inércia ou exigir a auditoria da dívida. Na ocasião, Bentivenha falou que a dívida impede a vida digna e o atendimento aos direitos humanos, sob a luz da legislação. Falou sobre a CPI da dívida instalada em agosto de 2009 e concluída em 11 de maio de 2010, em que foram identificados graves indícios de ilegalidade da dívida pública. Falou do exemplo de ética e cidadania do Equador, que criou em 2009 uma Comissão de Auditoria Oficial por decreto. O resultado foi o declive da dívida e aumento com gastos sociais.

A FASUBRA Sindical em depoimento apresentou os impactos da dívida pública a partir dos cortes de orçamento nas universidades e na vida dos trabalhadores técnico-administrativos em greve. “É estarrecedor quando constatamos através de dados, que o Brasil sendo a sétima economia mundial, continua sofrendo o complexo do colonialismo. O Brasil foi saqueado no início da sua colonização, e hoje o saque continua por meio do pagamento da dívida pública”, disse a representação da FASUBRA.

Ajuste fiscal

De acordo com a FASUBRA, o ajuste fiscal impactou significativamente as universidades. Foram três cortes neste ano.  O primeiro corte afetou a parte de custeio de capital. A universidade nos últimos 12 anos apresentou avanços em investimentos e obras, porém, a FASUBRA considera que o corte de 9,4 bilhões no orçamento das universidades foi um golpe contra a continuidade de projetos importantes, “sem uma universidade forte, sem produção do conhecimento e a formação de profissionais de forma libertária e transformadora, não teremos jamais uma nação desenvolvida”, disse a representação da entidade. Para o movimento sindical, a greve não é apenas por reajuste salarial, mas pela defesa de uma concepção de estado, de um modelo de universidade que tenha como premissa o exercício pleno de sua autonomia e democracia. Para que isso   aconteça é necessário financiamento.

Estudantes e terceirizados

Houve uma diminuição de recursos de assistência estudantil, corte de bolsas, atraso no pagamento de empresas terceirizadas. Por esse motivo algumas universidades atrasaram o início do semestre letivo, por falta de condições de higiene e limpeza do local. Também houve a suspensão de concursos já previstos e corte nas políticas de pós-graduação.

A FASUBRA avalia que o corte atende interesses internacionais. Sem novas tecnologias e patentes, cada vez mais o Brasil pode aumentar sua dependência.

Corte em políticas da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que realiza a política de educação à distância, com prejuízo de cidadãos que só tem acesso à educação na modalidade de Educação à Distância (EAD). 

“A universidade foi profundamente afetada e isso compromete o maior slogan da campanha da presidente Dilma – Brasil, pátria educadora – e nós sabemos que para essa nação ser de fato uma pátria educadora, deveria ter sido ampliado o orçamento para financiamento da educação e nunca diminuído”, afirmou a representante da federação.

Valores da dívida segundo dados da ACD.

O pagamento de um dia da dívida = 3 bilhões e 8milhões.

Para atender a pauta de greve dos trabalhadores técnico-administrativos hoje, seria necessária apenas uma hora da suspensão da dívida = 158 milhões.

Se cinco horas do pagamento da dívida fossem destinadas aos trabalhadores, pagariam todo o reajuste reivindicado pelos trabalhadores.

10 dias de suspensão da dívida pagaria o reajuste do Serviço Público Federal.

Apenas dois dias e meio de suspensão da dívida evitaria o corte nas universidades.

A FASUBRA reitera que a greve dos trabalhadores técnico-administrativos em educação continua forte, na luta por dignidade, respeito, pela democratização, contra o preconceito e discriminação, por uma universidade referenciada socialmente que cumpra seu papel como instituição estratégica para desenvolvimento e soberania da nação.

Fonte: Luciana Castro – FASUBRA SINDICAL

Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das
Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás
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