HC-UFG LANÇA CAMPANHA DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS

HC-UFG LANÇA CAMPANHA DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS
HC-UFG LANÇA CAMPANHA DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS

O Hospital das Clínicas da UFG lançou, nesta quarta-feira (21/09), a sua Campanha de Doação de Órgãos e Tecidos. A campanha é realizada nacionalmente no mês de setembro, instituído pelo Ministério da Saúde como Setembro Verde, em alusão ao Dia Nacional do Doador de Órgãos, celebrado em 27 de setembro.

A campanha teve início às 08h, na entrada principal do HC, onde profissionais de saúde e membros da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) estiveram reunidos com pacientes do HC para lembrar a importância da doação de órgãos e estimular mais pessoas a serem doadoras. No local, foram fixados banners e faixas e distribuídos folders informativos para sanar as principais dúvidas sobre o assunto.

Com a frase “Você já considerou a possibilidade de ser um doador?”, o material da campanha traz estampadas as imagens de dois servidores do HC, Coracilde da Silva (coordenadora do Voluntariado) e João Alcione Cardoso dos Santos (membro da CIHDOTT e transplantado de rim) que apoiam a causa.

“A ideia é que o assunto seja abordado não somente em um dia, mas durante todo o mês de setembro e que sensibilize a academia”, destaca Denise Milioli, presidente da CIHDOTT do HC. De acordo com ela, cartazes e folders serão distribuídos nas áreas internas do HC e nas unidades acadêmicas da UFG até o final do mês de setembro.

O coordenador da Central de Transplantes do estado de Goiás, Fernando Augusto Ataíde Castro, esteve presente no lançamento da campanha no HC e ressaltou que o desconhecimento sobre o assunto é o maior problema que leva grande parte da população a resistir à doação. “Muitas delas acreditam que haverá deformação no corpo do cadáver após a retirada dos órgãos ou tecidos, o que não é verdade, pois esse é um procedimento cirúrgico como qualquer outro e o corpo é conservado apto para ser velado”, afirma Fernando Castro.

Segundo o coordenador da Central de Transplantes, a falta de tempo hábil, principalmente para a doação de múltiplos órgãos, é outro problema que dificulta a doação. “O processo de doação de órgãos e tecidos é um tanto burocrático, pois envolve a autorização dos familiares, que devem assinar um documento; a cirurgia para a captação do órgão; o processo de avaliação e sorologia desse órgão para saber se ele está em boas condições para ser transplantado; a entrega do órgão para a equipe de transplantes e a cirurgia de transplante na pessoa que receberá o órgão”, explica Fernando Castro.

Ainda segundo Fernando Castro, há uma resistência religiosa, embora ela tenha diminuído bastante com a participação da Central de Transplantes em cultos ecumênicos onde o assunto é abordado.

Fila de espera

De acordo com dados fornecidos pela Central de Transplantes, aproximadamente 1.100 pessoas estão na fila de espera no estado de Goiás, sendo que 700 aguardam pelo transplante de córnea, 350 de rim, 03 de coração e 06 pacientes aguardam pelo transplante conjugado de pâncreas e rim. Em média são realizadas quatro doações efetivas por mês, o que é um número baixo se comparado ao número de pessoas que aguardam na fila por um transplante.

Os pacientes Bento Leandro Furtado e Daniel Gomes Figueiredo fazem parte dessa lista de espera. Eles realizam tratamento de hemodiálise no HC três vezes por semana e aguardam pelo transplante de rim. Bento Furtado, 60 anos, relata que já foi transplantado uma vez, por doação feita pela sua irmã, porém em razão de uma infecção pulmonar, ele perdeu o transplante e teve que voltar a fazer hemodiálise. Para evitar o risco de rejeição, ele explica que seu próximo transplante só poderá ser feito por órgão de um doador cadáver. Ele aguarda na fila de espera há seis anos. Bento Gomes Figueiredo, 29 anos, faz tratamento de hemodiálise há 15 anos e teve que ser colocado em posição inativa na lista de espera, pois precisará passar por uma cirurgia de correção da bexiga antes de fazer o transplante.

“É importante salientar que um único doador pode salvar até oito vidas, já que de um cadáver podem ser retirados coração, pulmão, rim, pâncreas e fígado, além dos tecidos, como medula óssea, ossos e córneas”, frisa Fernando Castro ao citar que a hashtag #1salva8 tem circulado nas redes sociais para divulgar a importância da doação.

Todos os transplantes são realizados em Goiânia. O transplante de coração é realizado no Hospital Lúcio Rebelo; o de rim nos hospitais Santa Casa de Misericórdia, Santa Genoveva e Hospital Geral de Goiânia; Pâncreas e rim no Santa Genoveva, embora o serviço esteja parado, pois o profissional que realizava a cirurgia se mudou para o exterior.

Banco de Olhos do HC

O HC-UFG possui um banco de olhos, que está localizado no Centro de Referência em Oftalmologia (CEROF), cujo trabalho de captação, preservação e distribuição de córneas é realizado em parceria com a Central de Transplantes e atende todo o estado de Goiás. Segundo Fernando Castro, a equipe do Banco de Olhos do Cerof é composta por enucleadores, que são pessoas treinadas para fazer a abordagem dos familiares e, após a autorização, fazem a enucleação das córneas, que é a retirada dos globos oculares, que são levados para o Banco de Olhos para serem submetidos a exames de sorologia e avaliação do seu perfeito estado de condição. Em seguida, as córneas são transportadas até as equipes de transplantes para a realização do transplante no receptor.

A equipe do Banco de Olhos do HC trabalha, em regime de plantão de 24 horas, no Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) e, além do HC, realiza a captação de córneas no Hospital Geral de Goiânia (HGG), Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL) e em outros hospitais das cidades de Goiânia e Anápolis quando solicitado pela Central de Transplantes.

A média de captação de córneas, segundo a coordenadora do Banco de Olhos do HC, Célia Regina Malverte, é de 15 a 20 córneas por mês. Um fator importante que contribui para a doação de córnea é o prazo para a captação, que pode ser de até seis horas após o óbito.

 

Fonte: HC-UFG

 

Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das
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