Professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) acompanharam outras 18 instituições de ensino federais do país e aderiram à greve. O movimento, iniciado na quinta-feira, acontece menos de uma semana após o governo anunciar corte de R$ 9,4 bilhões na educação. A paralisação é por tempo indeterminado e ganhou força com o apoio dos servidores, que cruzaram os braços em 53 instituições nesta semana. No total, 73 universidades convivem com greves. Cortes em repasses têm comprometido as atividades desde o início do ano.
A maior parte das greves dos professores se concentra nas regiões Norte e Nordeste (16 federais). No caso dos servidores, a adesão é mais distribuída. De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), as reivindicações incluem reposição de 27% de perdas salariais durante o governo Dilma Rousseff, revisão do contingenciamento de recursos, melhores condições de trabalho e reestruturação da carreira.
“Para fazer ajuste (fiscal), o governo não tem como opção apenas cortar direitos e política sociais”, avalia Francisco Jacob, primeiro-secretario do Andes. Ele critica principalmente a contratação de terceirizados e de servidores temporários.
Na Universidade Federal Fluminense (UFF), além de docentes e servidores, estudantes aderiram à greve na quinta feira (28). Terceirizados estão com salários atrasados desde o fim do ano passado. A situação se agravou em março, quando a instituição passou a sofrer com falta de água e de energia, devido à restrição orçamentária. Na Universidade de Brasília (UnB), a paralisação está restrita aos servidores, mas pode ter adesão dos professores. Eles fazem assembleia em 10 de junho para discutir a questão. A biblioteca foi fechada, mas as secretarias dos cursos funcionam.
Negociação
O Ministério da Educação (MEC) declarou que está aberto a negociações e que durante reunião em 22 de abril, representantes da Andes “não se mostraram dispostos a dialogar”. O ministro Renato Janine Ribeiro publicou em sua página no Facebook que “as greves só fazem sentido quando estiverem esgotados os canais de negociação”. O Ministério do Planejamento, responsável pela negociação dos reajustes, afirmou, em nota, que “após ouvir todas as demandas (dos grevistas), será apresentada a contraproposta governamental, o que ocorrerá ao longo do mês de junho.”
Fonte: Correio Braziliense