O economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, afirmou que, embora alguns setores, dentro e fora do governo, aleguem que os gastos com servidores inativos e pensionistas estariam em disparada e fora de controle, os dados do próprio Boletim Estatístico de Pessoal – Ministério do Planejamento, apontam para uma realidade bem diferente.
“(Segundo o boletim), de 1995 a 2010, os gastos com pessoal – ativo e inativo – caíram de 56,2% para 33,3% da receita corrente líquida da União. E, segundo o próprio projeto de lei orçamentária para 2012, encaminhado ao Congresso pelo Executivo, tais gastos estão caindo de 4,89% do PIB em 2009 para 4,15% em 2012”, salienta.
Ávila cita os números para questionar a criação do fundo de pensão dos servidores públicos (Funpresp), cuja votação, prevista para esta quarta-feira, foi adiada para fevereiro. Isso ocorreu após o recuo do governo, que aceitou elevar de 7,5% para 8,5% sua cota de contribuição sobre a parcela da remuneração que exceder o teto do INSS (R$ 3,691,74).
“Ao mesmo tempo, os gastos com a dívida estão estimados em 22,37% do PIB ano que vem. Ou seja, mais que o quíntuplo dos gastos com servidores”, compara Ávila.
Além do aumento da alíquota para 8,5%, o governo decidiu aceitar a criação de três fundos de previdência para atender Legislativo, Judiciário e Executivo. A proposta inicial era ter apenas um para todos os três poderes.
Já o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias de São Paulo (Decomtec/Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho, revela que, de tudo o que se arrecada no país, 15,8% vão para o pagamento de juros. Isso representa 5,3% do PIB.
“Só este ano, por volta de R$ 237 bilhões serão gastos no pagamento de juros da dívida pública federal”, afirmou o diretor da federação.
Fonte: Monitor Mercantil
Fonte do SINT=IFES: Página da Condsef – www.condsef.org.br