Funcionários da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em greve há 25 dias, fecharam na manhã na última segunda-feira (16) pelo menos três guaritas que permitem acesso ao campus da instituição, no distrito de Barão Geraldo.
Durante o período, ficaram abertas as entradas mais próximas ao Hospital de Clínicas. O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores (STU), João Raimundo Mendonça Souza, afirmou que ato teve adesão de pelo menos 150 grevistas.
Ele disse que, após liberação das guaritas, o grupo seguiu em passeata até o entorno do hospital e também do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), com intuito de mobilizar funcionários que atuam na área.
O STU estima que 70% dos trabalhadores da universidade estão parados desde o início da greve, enquanto que a mobilização dos professores começou em dia 27 de maio e tem adesão de 65% da categoria, segundo a associação que representa os docentes.
As duas categorias contestam a decisão do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), que oferece reajuste zero nos salários. Uma reunião para reabertura das negociações estava marcada para sexta-feira (13), mas foi cancelada e ainda não há previsão de novo encontro.
Para jusiticar o congelamento dos salários, o Cruesp alegou o alto nível de comprometimento do orçamento das universidades com folha de pagamentos, que seria de 104,2% na USP; 96,5% na Unicamp e 94,4% na Unesp. Entre os pedidos das categorias em greve constam reajuste de 10% nos salários, equiparação de piso salarial de servidores técnicos administrativos ao de profissionais da USP, mais vagas em creches e transporte gratuito para quem usa os campi.
A greve de funcionários da Unicamp provoca, desde o dia 2 de junho, atrasos no agendamento de consultas e exames realizados pelo HC. De acordo com o sindicato que representa a categoria, ao menos 15% dos funcionários desta unidade e do Caism aderiram ao movimento.
A assessoria de imprensa do HC reiterou que, por enquanto, não houve reflexos na realização de consultas, exames ou cirurgias pela unidade. Contudo, admitiu que há atraso médio de 30 minutos durante o dia na etapa de agendamentos. Diálogo permanente Em nota, a assessoria de imprensa da Unicamp disse que os bloqueios nas áreas externas ao campus prejudicaram o fluxo nas vias públicas e portarias que dão acesso à universidade.
Além disso, informou que acionou a vigilância interna para apoiar a liberação do trânsito. Sobre a greve, a Unicamp alegou que a reitoria faz reuniões periódicas com as entidades sindicais para manter diálogo permanente com o movimento grevista. Ainda de acordo com a universidade, a paralisação de professores e funcionários atinge 15% da instituição – não há balanço específico sobre adesão dos docentes.