Cerca de 70 mil trabalhadores(as) do campo e da cidade, estudantes e militantes de entidades do movimento social e popular realizaram, na manhã de hoje, um grande ato no centro de Goiânia. A manifestação integrou a Greve Geral, organizada por todas as centrais sindicais, pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e, em Goiás, pelo Fórum Goiano contra as Reformas da Previdência e Trabalhista.
A tônica do movimento foi a resistência às Reformas Trabalhista e da Previdência e a terceirização irrestrita, todas propostas pelo Governo Temer. Em Goiás, somou-se à pauta de reivindicações a retirada da PEC 3548/16 do governo do estado, que congela investimentos, salários e impede a realização de concursos em Goiás por 10 anos, bem como o repúdio à agressão sofrida por professores da rede municipal de ensino por parte da Guarda Municipal, ocorrida na noite de ontem na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Goiânia.
A concentração aconteceu em frente à Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). De lá, o ato seguiu pelo centro da cidade, passando pela Praça Cívica e descendo a Avenida Goiás até a Praça do Bandeirante. Ao longo da caminhada, dezenas de entidades presentes fizeram intervenções com o objetivo de alertar a população acerca dos perigos da aprovação das Reformas de Temer.
Grande adesão
A mobilização dos trabalhadores foi bastante significativa e plural. Além dos trabalhadores do serviço público federal, estadual e municipal, várias categorias da iniciativa privada atenderam ao chamado das centrais, como bancários e trabalhadores da rede privada de ensino. O transporte coletivo também foi parcialmente paralisado, com o fechamento da garagem da Metrobus até as 9 horas de manhã. Além disso, rodovias estaduais e federais foram bloqueadas em quatro pontos do estado.
O movimento também foi forte no interior. Aconteceram manifestações nas cidades de Valparíso de Goiás, Formosa, Jataí, Niquelândia, São Miguel do Araguaia, Cidade Ocidental, Cavalcante, Águas Lindas, Anápolis, Rio Verde, Catalão, Palmeiras de Goiás e Pameuns (Distrito de Jandaia). Em várias dessas cidades houve a participação importante dos(as) trabalhadores(as) técnico-administrativos(as) em educação.
Avaliação
O Coordenador do Fórum Goiano contra as Reformas da Previdência e Trabalhista, João Pires, considerou a manifestação bastante positiva e acredita que a mobilização só foi possível com a unidade da luta. “As medidas do governo, que vieram desde o ano passado, unificaram a ação das Centrais Sindicais e Movimentos Populares. A resistência às reformas é uma pauta de todo o movimento social, uma vez que, independente da situação ou categoria, todos(as) serão atingidos(as). Precisamos intensificar cada vez mais a luta contra os ataques do governo corrupto de Michel Temer”, concluiu.
Para a presidenta da CTB-GO, Ailma Oliveira, a articulação conjunta de diversos setores do movimento sindical e social é decisiva para barrar as reformas. “O estado de Goiás parou contra as Reformas de Temer. A unidade das centrais sindicais foi fundamental para o êxito do ato de hoje. Em Goiânia e em mais 13 importantes municípios os trabalhadores se levantaram para defender os seus direitos. Precisamos continuar com a unidade na ação para conquistarmos a vitória contra esse governo”, afirmou.