Em reunião com sete centrais sindicais e diversos sindicatos do setor público e da iniciativa privada, o Deputado Federal Daniel Vilela (PMDB) afirmou que a Reforma da Previdência, da forma como foi apresentada pelo governo, não tem como ser aprovada.
O encontro entre o parlamentar e os dirigentes sindicais aconteceu na manhã de hoje (14/03), na sede da CUT-GO. Daniel reconheceu não ter profundo conhecimento sobre a Reforma da Previdência e afirmou que existem alguns pontos que precisam ser discutidos, mas que, de forma geral, não há como aprovar o projeto do jeito que está.
O objetivo da reunião foi realizar um debate entre legislativo e movimentos sociais sobre a Reforma Trabalhista, outro projeto polêmico do Governo Temer em tramitação no congresso nacional. Daniel, que é presidente da comissão especial que debate o tema na Câmara, está realizando uma série de encontros com diversos setores da sociedade e se comprometeu a realizar uma audiência pública em Goiás para que toda a comunidade seja ouvida.
O encontro serviu também para que o deputado ouvisse as opiniões do movimento sindical para que possíveis emendas ao projeto sejam feitas e para convidar os presentes para outro debate sobre o tema, que acontecerá na sede da OAB-GO no dia 27 de março.
Deputados goianos se posicionam
Daniel não é o primeiro parlamentar do estado que se declara contra a Reforma da Previdência. Em audiência pública realizada ontem (13/03) na Assembleia Legislativa, os deputados federais Rubens Otoni (PT) e Flávia Morais (PDT), também se comprometeram a votar contra o projeto. Além deles, o Delegado Waldir (PR) declarou, por meio de um vídeo no facebook, seu posicionamento contra o projeto.
A presidenta da CTB em Goiás, Ailma Oliveira, considerou o encontro muito importante tanto para esclarecer os(as) dirigentes sindicais acerca da Reforma Trabalhista, quanto para conseguir o compromisso do deputado em votar contra a Reforma da Previdência. “Estou convicta de que as entidades sindicais goianas estão acertando na metodologia de estabelecer um diálogo com os parlamentares por um lado e realizar uma forte denúncia para a sociedade dos ataques do governo de outro. Acho que podemos ganhar o posicionamento dele e de outros deputados para barrar a reforma. Mas isso só será possível com forte mobilização dos(as) trabalhadores”, concluiu.
Para o diretor do SINT-IFESgo e coordenador do Fórum Goiano contra a Reforma da Previdência, João Pires, é fundamental pressionar os deputados e garantir forte mobilização nas ruas contra a reforma da previdência. “Já conseguimos garantir o posicionamento de quatro deputados federais aqui em Goiás. Precisamos continuar pressionando os parlamentares e realizando grandes manifestações nas ruas para que possamos garantir que os nossos direitos sejam respeitados por esse governo golpista e corrupto”, ressaltou.
Entenda o projeto
A PEC 287 prevê a reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer quer acabar com as aposentadorias especiais de trabalhadores rurais, professores e policiais e extinguir o direito das mulheres, que exercem triplas jornadas de trabalho. As medidas contidas na reforma obrigarão os trabalhadores a contribuir pelo menos 49 anos e/ou terem 65 anos de idade para se aposentar.
A tramitação no Congresso deste projeto de lei que altera as regras da aposentadoria e propõe mudanças na previdência não significam benefícios para os cidadãos. Neste projeto, a mudança significa que 90% dos brasileiros, correm o risco de morrerem sem se aposentar, pois no país a expectativa de vida da população varia entre 65 e 75 anos.