Em concorrida cerimônia, com mais de mil pessoas presentes no Centro de Eventos Professor Ricardo Freua Bufaiçal, Campus Samambaia, na última sexta-feira (12), foi feita a transmissão do cargo de reitor da UFG. Orlando Amaral entregou o cargo a Edward Madureira Brasil, que assume pela terceira vez a administração da universidade.
Orlando Amaral discorreu sobre a difícil trajetória atravessada pela universidade em sua gestão e sobre o cenário que se apresenta com a lei do teto de gastos (Emenda Constitucional 95), que congela o orçamento da Educação e da Saúde, a partir de 2018, por 20 anos. Apesar das dificuldades, citou alguns avanços como a concretização de novas edificações, em especial o prédio de internações do Hospital das Clínicas – que irá dobrar a capacidade da unidade, com mais 600 leitos -, em fase de conclusão, após o qual será o maior hospital universitário do país.
Em relação a relação da administração com a comunidade, um ponto que o ex-reitor fez questão de destacar foi “a disposição permanente de sua equipe aodiálogo aberto, franco, respeitoso e tolerante”. E, destacou algumas ações nas áreas de inclusão social, como a criação da Coordenadoria de Ações Afirmativas (CAAF) e o Sistema Integrado de Núcleos de Acessibilidade (Sinace), e o apoio aos estudantes de baixa renda por meio das chamadas ações afirmativas.
Edward Madureira ressaltou a importância do estabelecimento de parcerias para driblar a crise e fez questão de frisar, entre os compromissos firmados, seu comprometimento pela defesa do “sistema federal de educação superior público, gratuito, autônomo, laico, de qualidade, inclusivo, democrático e socialmente referenciado, que inequivocamente se constitui no maior patrimônio do povo brasileiro”, e pelo cumprimento das 20 metas do Plano Nacional de Educação. E lamentou as medidas do governo que ferem a “autonomia universitária tão atacada nos últimos tempos”.
Durante a fala do novo reitor, um minuto de silêncio foi solicitado à plateia em homenagem a Geraldo Faria Campos, falecido naquele dia. Por sua brilhante trajetória como professor de ensino fundamental e médio no Colégio de Aplicação, hoje Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae), Geraldo Faria foi Professor Emérito da UFG.
Ao ressaltar a importância do trabalho em equipe e da continuidade dos trabalhos das gestões da UFG, elogiou e agradeceu a trajetória do professor Orlando Amaral, que participou como Pró-reitor de Administração e Finanças em seus dois mandatos anteriores.
O evento contou com a presença de diversas autoridades. Entre elas a Secretária da Educação, Cultura e Esportes de Goiás, representando o governador, Raquel Teixeira, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, o Deputado Federal, Rubens Ottoni, os ex-reitores e Professores Eméritos da UFG, Joel Pimentel Ulhôa e Milca Severino, a presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Maria Zaíra Turchi, além de representantes das instituições de ensino superior do estado e dos sindicatos dos segmentos docente, técnico-administrativo e discente.
A coordenadora do SINT-IFESgo, Fátima dos Reis acredita que o movimento sindical nas instituições federais de ensino (IFEs) precisa fazer mais do que lutar em defesa da categoria, trabalhando também na promoção de ações articuladas com a reitoria e demais entidades representativas em defesa da educação. “As IFEs brasileiras estão sob ataque, com cortes de verbas e perseguição dos seus gestores. Nesse momento crítico, precisamos trabalhar juntos em defesa da UFG e de uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade socialmente referenciada”, ressaltou.
Flávio Alves, presidente da Adufg, espera que a Reitoria cumpra o seu papel de gerir bem a instituição, que honre com os compromissos de campanhas em relação às reivindicações das categorias e, especificamente, que melhore as condições de trabalho dos docentes. Ele destacou, ainda, a necessidade de uma avaliação correta das condições e dos índices de insalubridade.
