Grande engano imaginar que a eleição de Lula, a vitória de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no Senado, o enquadramento temporário de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara e o compromisso do STF com a legalidade sejam suficientes, por si só, para garantir a democracia social, o desenvolvimento sustentável e o respeito às leis com foco na superação das desigualdades, da pobreza, do desemprego e da fome. Na atual conjuntura, é indispensável que os movimentos sociais estejam preparados para tocar a mobilização popular, de forma a respaldar os esforços progressistas no plano institucional.
A declaração do empresário Abílio Diniz, condenando a reforma tributária progressiva, socialmente democrática, Democracia social exige mobilização para que os ricos paguem mais impostos, deixa claro que frações poderosas das elites vão reagir com todas as forças contra políticas públicas de redistribuição da riqueza. A extrema direita não está morta e não hesitará em jogar sujo para tentar manter a agenda ultraliberal, fomentada nos governos Temer e Bolsonaro.
O fascinazismo insistirá em escaramuças para sabotar e boicotar a reconstrução do Brasil, política e institucionalmente. Dois exemplos recentes são o escândalo denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), de que Bolsonaro lhe pediu para gravar ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, a fim de criar um artifício para amparar o golpismo, e a confissão da deputada Carla Zambelli (PL-SP) de que usará a CCJ da Câmara Federal para desestabilizar o governo. Pois é, o êxito da democracia social depende da mobilização popular.
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