AUTONOMIA E SEGURANÇA NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE ENSINO SUPERIOR

AUTONOMIA E SEGURANÇA NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE ENSINO SUPERIOR
AUTONOMIA E SEGURANÇA NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE ENSINO SUPERIOR

Por onde passa a segurança nas instituições? Pelos mesmos caminhos e preâmbulos porque passa na sociedade. A Universidade não é uma ilha isolada do resto da sociedade, ela reflete os problemas sociais. A reflexão é do professor Djaci David Oliveira, diretor da Faculdade de Ciências Sociais (FCS/UFG), à qual está vinculado o Núcleo de Estudos sobre Criminologia e Violência (Necrivi), durante palestra no XXVI Seminário Nacional de Segurança das IPES e IBTTs, sobre o tema Autonomia Universitária e Atuação da Polícia nas IPES e IBTTs. Sob organização do Sint-Ifesgo e apoio da UFG e da Fasubra, o evento reúne cerca de 250 profissionais da área de vigilância, no Campus Samambaia da UFG, onde estará sendo realizado até o dia 6 de outubro.

O professor Djaci de Oliveira iniciou sua fala lembrando que a sensação de falta de segurança é um problema de sempre, em todas as sociedades e em todas as épocas. “Relatos tão conta que a segurança é algo considerado sempre insuficiente”, afirmou. Em seguida, discorreu sobre a realidade da UFG, apresentando a pesquisa realizada em 2016 para saber o que as pessoas pensam da segurança/violência nos câmpus da universidade.

De acordo com a pesquisa, “ainda que possua locais considerados perigosos (53.3%), a comunidade, majoritariamente, acredita que a violência não aumentou na universidade nos últimos anos. Professores e técnico-administrativos são os que mais apontam que a criminalidade aumentou fazem distinção entre segurança e violência e apontam as áreas verdes, os estacionamentos, edifícios em construções e pontos de ônibus como locais perigosos.

Isso reforça a ideia de que a presença de pessoas nos espaços possibilita mais sensação de segurança, por inibirem ações de violência. O perigo é vivido, quase sempre, devido a problemas de infraestrutura (61%), como iluminação, câmeras, passarelas, porteiros/vigias.

A terceirização da vigilância, que já é uma realidade nas instituições impedidas de realizar concursos públicos para o setor, apresenta alguns problemas. Alta rotatividade de pessoal e ausência de uma memória das ocorrências, sem contar o alto custo estão entre eles. “Há casos em que as empresas terceirizadas não querem ceder os livros de registros para a instituição a qual são pagas para prestar um serviço. Isso resulta em perda da memória técnica, importante nas tomadas de decisão”, citou Djaci Oliveira.

“Policiamento, segurança privada, vídeo monitoramento são mecanismos de controle, de segurança. A questão é o tipo de controle que será feito”, levantou o professor ao anunciar que 80% da comunidade se manifestou a favor da instalação de câmeras de monitoramento. Sobre a presença da polícia nos campus, 65,2% da comunidade universitária concorda com ela. Essa solução pode estar relacionada também à falta de investimento no setor.

Citando como exemplo a capital federal, Brasília, que possui uma das polícias de maior contingente e mais bem remunerada, mas que continua entre os maiores índices de violência, Djaci Oliveira levanta a dúvida: “Difícil saber o que vai funcionar. A presença da polícia é importante, que ela esteja presente e cumpra seu papel de fato, mas a realidade do que vivemos é de uma polícia ineficiente que não consegue elucidar os casos de roubos, furtos, homicídios”, lembra o professor.

Essa, porém, é uma questão mais profunda, relacionada à democracia. Ou seja, o direito à segurança não é plenamente cumprido pelo Estado. “O Estado democrático de direito ainda não está consolidado, com regras respeitadas, ainda não constitui instrumento que nos garanta os direitos previstos em lei. Precisamos de núcleos de pressão, por meio dos movimentos sociais, dos sindicatos, para lutar por isso”, concluiu Djaci Oliveira.

Vivemos uma sociedade pautada pelo medo. Contamos com diversas políticas, PM, Força nacional de segurança, polícias municipais, somos uma sociedade altamente vigiada mas, nem por isso, temos segurança. É preciso resolver pertinências relacionadas aos grandes problemas sociais. E enfatizou “A desigualdade é o grande fator de violência, não só econômica, mas racial, de gênero e a intolerância religiosa”. 

Prevenção, ambiência de segurança, reabertura de concursos públicos para vigilantes, melhorias das condições de trabalho, presença dos vigilantes nas tomadas de decisão, integração com órgãos afins e parceria com as polícias. Essas foram algumas dos tópicos que permeiam a questão da segurança nas instituições federais de ensino. Um problema, de acordo o prof. Djaci Olieira, de toda a comunidade. “A segurança é responsabilidade de todos, não só dos agentes de segurança. Todos podem ajudar de alguma maneira, denunciando, dinamizando os espaços dos câmpus etc”, afirmou.

Sobre a ocorrência de tráfico de drogas, Djaci lembrou que o mercado ilegal de drogas é lucrativo , que a proibição aumenta a violência e produz mortes. Mas, reconhece que esse é outro grande tema que merece reflexão e muita discussão.

Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das
Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás
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