Entenda a manipulação do governo e da imprensa para te fazer crer que essas mudanças nas regras da aposentadoria são necessárias e te convencer a trabalhar até morrer; enquanto isso, nada muda para quem já é muito rico e continuará ganhando mais
O problema é que o governo descumpre a Constituição Federal desviando receitas que deveriam ser destinadas à seguridade social para o pagamento da dívida pública por meio de mecanismos como a Desvinculação de Receitas da União (DRU). Recursos que deixam os cofres públicos para beneficiar os bancos que estão entre os principais detentores dessa dívida, assim como são os maiores interessados na falência desse sistema de seguridade, para dar espaço à previdência privada da qual são donos.
“O governo Temer quer obrigar os brasileiros a trabalharem até morrer sem o direito de se aposentar. Não podemos aceitar essa injustiça calados, envie e-mail para deputados e senadores deixando claro que é contra essa reforma que tira direitos dos trabalhadores”, afirma Ivone Silva, secretária-geral do Sindicato.
A principal e mais eficaz medida para enfrentar problemas da Previdência Social seria o crescimento da economia, a geração de empregos e renda. Portanto, esse deveria ser o modelo de política econômica e não um que despreza o papel do Estado e suas políticas sociais. Além disso, sem tirar dos trabalhadores, também seria possível:
– Reduzir a taxa de juro Selic, que remunera detentores de títulos da dívida pública, que capturaram, em 2015, mais de R$ 500 bilhões do orçamento do governo federal que pertence a toda a sociedade;
– Rever radicalmente a política de isenções fiscais para setores econômicos e famílias de alta renda, que retira R$ 280 bilhões anuais dos cofres públicos federais;
– Combater a sonegação de impostos que, segundo estudos do Banco Mundial, atinge R$ 860 bilhões anuais (ou 13,4% do PIB);
– Promover reforma tributária que, de forma justa, cobre impostos dos lucros, dividendos, latifúndios, das grandes fortunas, heranças volumosas, dos ativos financeiros, do patrimônio;
– Recuperar montantes inscritos na dívida ativa da União, estimados em mais de R$ 1,5 trilhão (por ano, o governo somente recupera 1,3% do estoque dessa dívida).