A MÍDIA TRADICIONAL BOICOTOU, MAS AS MULHERES OCUPARAM AS RUAS DE GOIÂNIA NESSE 8M 2025

No Dia Internacional da Mulher, último sábado (8), as mulheres tomaram as ruas centrais de Goiânia para denunciar a violência de gênero, os abusos sexuais, os estupros e os feminicídios. A passeata, que partiu da Praça do Botafogo e seguiu até a Praça do Bandeirante, foi uma demonstração de força e resistência em um Brasil onde ser mulher ainda significa enfrentar riscos diários.

Os números evidenciam essa realidade: mais de 21 milhões de brasileiras, 37,5% do total, sofreram algum tipo de agressão nos últimos 12 meses, segundo pesquisa do Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Esse é o maior percentual já registrado desde o início da série histórica da pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, em 2017, e 8,6 pontos percentuais acima da última pesquisa, de 2023.

O feminicídio segue em níveis alarmantes: desde 2015, mais de mil mulheres são assassinadas por ano no Brasil, de acordo com o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp). Em 2024, o país registrou o maior número de casos da série histórica, com 1.459 feminicídios. Goiás reflete essa realidade, com um aumento significativo de casos e 60% a mais de mulheres acompanhadas com medidas protetivas em 2024.

A violência sexual também assusta: 5,3 milhões de mulheres, 10,7% da população feminina do país, relataram ter sido vítimas de abuso sexual ou forçadas a manter relações contra sua vontade no último ano. Isso significa que 1 em cada 10 mulheres brasileiras sofreu esse tipo de violência. Além disso, a violência doméstica no Brasil supera a média global: 32,4% das mulheres já sofreram agressões de parceiros ou ex-parceiros, contra 27% na média mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diante desse cenário, as manifestantes denunciaram o governo estadual pela truculência policial e pelo desmonte das políticas públicas para mulheres. Palavras de ordem como: “Basta de violência contra as mulheres!”, “Sem anistia” e “Prisão para Bolsonaro e todos os golpistas de 8 de janeiro” ecoaram pelas ruas, expressando indignação e resistência.

Movimentos sociais e sindicais, como o Sint-IFESGO, a CTB e o Fórum Goiano em Defesa dos Direitos, da Democracia e Soberania, se somaram às feministas, financiando e mobilizando essa importante manifestação. A luta por direitos, segurança e dignidade segue viva, ocupando as ruas e exigindo avanços reais nas políticas de gênero.

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