EM AUDIÊNCIA PÚBLICA, DOIS DEPUTADOS FEDERAIS DECLARARAM VOTO CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

EM AUDIÊNCIA PÚBLICA, DOIS DEPUTADOS FEDERAIS DECLARARAM VOTO CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA
EM AUDIÊNCIA PÚBLICA, DOIS DEPUTADOS FEDERAIS DECLARARAM VOTO CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás promoveu, na manhã de hoje (13/03), uma audiência pública com o objetivo de debater a Reforma da Previdência. O evento, de iniciativa das deputadas estaduais Isaura Lemos (PCdoB) e Adriana Accorsi (PT) e do deputado federal Rubens Otoni (PT), foi construído pelo SINT-IFESgo e pelo Fórum Goiano das Entidades dos trabalhadores no Serviço Público Federal (FOGEF), que articula, desde o mês de fevereiro, uma grande campanha contra a Reforma em Goiás.

Participaram da Audiência diversas lideranças sindicais e dos movimentos sociais, bem como representantes da Ordem dos Advogados do Brasil e do Ministério Público do Trabalho em Goiás. A mesa dos trabalhos foi composta pelas deputadas estaduais proponentes, pelos deputados federais Rubens Otoni e Flávia Morais (PDT), pela presidenta da CTB-GO, Ailma Oliveira, pela vice-presidenta da CUT-GO, Ieda Leal e pelo presidente da FETAEG, Divino José dos Santos.

Ambos os deputados federais presentes afirmaram seu compromisso com os direitos dos trabalhadores e declararam voto contrário Reforma. Rubens Otoni disse que há interesses comerciais por trás do desmonte da previdência “Existe um interesse de negócio, desejo de abrir o campo para aposentadoria privada. Esse é o desejo da grande elite que comanda o país”, revelou. Já Flávia Morais alertou para a necessidade de articular a população o mais rápido possível para barrar a proposta. “A intenção do Governo é votar rápido, sem discutir, infelizmente a mídia defende a necessidade dessa Reforma, estão vendendo a ideia que a Previdência tem déficit, o que não acreditamos”, concluiu.

Em sua fala, a deputada Isaura Lemos ressaltou que a Reforma é proveniente de um governo golpista e corrupto e que o objetivo do impeachment da presidenta Dilma Roussef era justamente a retirada de direitos dos trabalhadores. “A Presidenta Dilma não foi eleita com esse programa de Reforma, só poderia ter vindo a partir de um governo golpista. É uma situação onde nossos direitos estão sendo agredidos, principalmente dos trabalhadores do campo. Penso que temos que encarar essa luta como uma das várias que o país precisa enfrentar”, concluiu. 

A deputada Adriana Accorsi alertou que, com as mudanças propostas pelo governo Temer, será praticamente impossível de se aposentar. “Todo mundo terá que trabalhar pelo menos 49 anos ininterruptos. Isso é praticamente impossível, principalmente para mulheres que, muitas vezes, tem jornada dupla e até mesmo tripla de trabalho”, afirmou. 

A presidenta da CTB, Ailma Oliveira, parabenizou a iniciativa do SINT-IFESgo e do FOGEF em construir uma grande campanha em todo o estado contra a Reforma da Previdência (leia mais aqui). Disse ainda que não é retirando os direitos dos(as) trabalhadores(as) que o problema da previdência no Brasil será resolvido. “Não é prejudicando o trabalhador que isso vai se resolver. Conclamamos todos em defesa de um Brasil melhor. 

Segundo a presidente da CUT, Iêda Leal, é preciso disseminar os detalhes dessa reforma e fazer debates como esse que está ocorrendo hoje. “Precisamos e devemos ouvir todo mundo para lutar contra um governo que quer tirar todos os nossos direitos”, afirmou. 

O diretor do SINT-IFESgo, João Pires, falou em nome do sindicato e do FOGEF, afirmando que a única forma de barrar os retrocessos que a reforma representa é realizando um amplo movimento e mobilizando os trabalhadores para irem às ruas por seus direitos. “Precisamos unir forças com todos os setores que se manifestam contra esse desmonte da previdência. No dia 15 as centrais e movimentos sociais realizarão um grande ato contra a reforma. Acreditamos que somente com uma grande mobilização dos trabalhadores e da sociedade conseguiremos barrar esse ataque”, concluiu. 

Entenda o projeto 

A PEC 287 prevê a reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer quer acabar com as aposentadorias especiais de trabalhadores rurais, professores e policiais e extinguir o direito das mulheres, que exercem triplas jornadas de trabalho. As medidas contidas na reforma obrigarão os trabalhadores a contribuir pelo menos 49 anos e/ou terem 65 anos de idade para se aposentar. 

A tramitação no Congresso deste projeto de lei que altera as regras da aposentadoria e propõe mudanças na previdência não significam benefícios para os cidadãos. Neste projeto, a mudança significa que 90% dos brasileiros, correm o risco de morrerem sem se aposentar, pois no país a expectativa de vida da população varia entre 65 e 75 anos.

 

Com informações do Portal Alego

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