Orientação quanto ao ato de domingo (04/12)
Para o dia 4 de dezembro, a nova direita está organizando mobilizações em todo o país. Mesmo com divergências entre si, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua estão convocando seus adeptos para reforçar a aprovação do pacote de dez medidas contra a corrupção proposto pelo Ministério Público, sendo muitas delas antidemocráticas.
Nós, trabalhadoras e trabalhadores da UFG, IFG e IF Goiano em greve, apresentamos alguns motivos para não ir às ruas neste domingo, pois entendemos que esse protesto é contra os trabalhadores, a juventude e a grande maioria do povo. Saiba porque:
1) Trata-se de um protesto (04/12) a favor da PEC 55, que é o único motivo da nossa greve.
Todos esses grupos são defensores do ajuste fiscal e da PEC 55. Tentaram com violência física desocupar as escolas e desarticular as lutas dos estudantes na defesa da educação pública.
Querem colocar a luta contra a corrupção no centro do debate nacional, enquanto o ajuste fiscal e a mudança na Constituição Brasileira é aprovada a “toque de caixa”. Para isso, têm aliados poderosos: o poder judiciário e a grande mídia.
Além disso, esses movimentos defendem as reformas Trabalhista e da Previdência. É uma incongruência que uma categoria que está em greve contra a PEC 55 compareça a esses atos que, objetivamente, são contrários ao nosso movimento.
2) Esta mobilização não é independente, nem espontânea.
Articulada por setores conservadores, estas mobilizações contam com financiamento de empresários e também com o apoio da grande imprensa, que não esconde a simpatia. A Veja, a Glogonews, e outros, estão convocando abertamente a mobilização.
As relações políticas com partidos tradicionalmente corruptos, que antes eram firmemente negadas pelos líderes do MBL ficaram explícitas nas eleições municipais. O MBL, aliado de Cunha e que antes se colocava demagogicamente como “apartidário”, lançou 45 candidatos a vereador e um candidato a prefeito por partidos, como PSDB, DEM,PP, PSC, PEN, PHS, PMDB, PPS, PRB, PROS, PSB, PTB, PTN, PV e SD.
Apesar de se dizer “contra a corrupção”, um dos coordenadores nacionais do MBL, Renan Santos, é réu em mais de 16 processos cíveis e 45 ações trabalhistas. A estimativa é que deva cerca de R$ 5 milhões a trabalhadores e fornecedores – para citarmos apenas um exemplo.
Nós, trabalhadoras e trabalhadores em greve, somos firmemente contra a corrupção e lutamos pelo seu fim. Mas nessa luta, como em todas as outras, precisamos saber quem, de fato, são nossos aliados e quem são nossos inimigos. Por isso, orientamos a categoria a não participar de tais atos.
COMANDO GERAL DE GREVE
Sint-Ifesgo