Hoje, celebramos o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha, uma data que remonta ao ano de 1992, quando em Santo Domingo, República Dominicana, foi realizado o 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas. Esse encontro não apenas propôs a união entre essas mulheres, mas também denunciou o racismo e o machismo enfrentados por elas, não só nas Américas, mas globalmente. Em consequência desse evento histórico, a ONU reconheceu o dia 25 de julho como Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
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Este ano marca o 32º aniversário da instituição desta data. Infelizmente, o racismo e o machismo ainda são desafios intrínsecos à realidade brasileira. A representação política de mulheres negras ainda é muito baixa no país, e a diferença salarial entre homens brancos e mulheres negras, mesmo com nível de formação igual, é alarmante, ultrapassando 100% (dados do Insper, 2020). Além disso, em 2017, 66% dos homicídios femininos foram de mulheres negras. Esses números deixam claro que a luta contra o racismo e o machismo é urgente e essencial.
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O Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, estabelecido pela Lei 12.987/2014, também é celebrado em 25 de julho no Brasil. Além de compartilhar os princípios do Dia Internacional, este dia visa dar visibilidade ao papel da mulher negra na história brasileira através de Tereza de Benguela, líder do Quilombo Quariterê, que resistiu bravamente ao governo escravista por duas décadas.
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Tereza de Benguela é um exemplo poderoso da importância da mulher negra na nossa história, muitas vezes negligenciada pela historiografia tradicional. O estabelecimento deste dia não é apenas um reconhecimento, mas um convite à reflexão e à ação contínua na luta contra o racismo e o machismo. Somente assim poderemos reverter os dados alarmantes que refletem o preconceito e a violência contra mulheres negras.
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Além disso, queremos destacar a poderosa mensagem do poema musicado “Me Gritaron Negra”, da artista afro-peruana Victoria Santa Cruz. Em seu trabalho, Victoria compartilha sua própria experiência marcante de infância, quando aos 7 anos foi confrontada com um episódio de racismo que a marcou profundamente. Ela narra como, empoderada e orgulhosa de suas origens, decidiu “gritar de volta” contra o ataque preconceituoso, rejeitando os padrões de beleza eurocêntricos impostos sobre ela.
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Neste Dia Internacional da Mulher Negra Latina e Caribenha, celebremos a resiliência e a luta dessas mulheres extraordinárias que moldam nosso presente e inspiram nosso futuro. Vamos unir forças para construir uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária para todas.
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