A independência dos Bancos Centrais dos países preocupa. A ausência de elo efetivo entre o governo federal e o BC restringe a aplicação das políticas fiscais, dificultando o alcance da igualdade material e distribuição de renda eficaz, aponta estudo do Banco Mundial.
A independência desregula a economia e dá liberdade total aos mais ricos. Com as taxas elevadas, a população com mais dinheiro aumentou a fatia na renda total das nações, em prejuízo das camadas de menor renda. Entre 1980 e 2013, o impacto foi severo para os 10% mais pobres e negativo para 60% das pessoas sem grande rendimento.
A realidade do Brasil demonstra muito bem a relação conflituosa. Mesmo com as soluções tomadas pelo governo Lula desde janeiro, que refletem na redução do preço do dólar, controle da inflação, fortalecimento de programas sociais, injeção de recursos em educação, ciência e tecnologia e em infraestrutura, o Banco Central, sob o comando do bolsonarista Roberto Campos Neto, freia o desenvolvimento ao manter a Selic no atual patamar de 13,75% ao ano.
A decisão do BC no Brasil é injustificável, especialmente porque no ano passado, ainda no governo Bolsonaro, a inflação estava na casa de 10% e os juros no mesmo patamar do atual. Hoje, com a inflação em torno de 5% e expectativas de crescimento econômico, o Banco Central impede a queda dos juros. Desta forma, inibe o aquecimento da economia e, consequentemente, a geração de empregos.
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