EM DEFESA DO FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHAS

Propostas das Centrais para reforma política
Propostas das Centrais para reforma política

Centrais defendem financiamento público de campanhas eleitorais

As centrais sindicais que participaram da audiência pública do grupo de trabalho que elabora propostas sobre a reforma política, na última quinta-feira (8), defenderam o financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais, o voto proporcional e o voto em lista preordenada. O representante da CTB, Paulo Vinícius da Silva, também criticou o financiamento privado de campanha. 

“Esse é o ponto modal da crise no sistema político brasileiro”, disse. “Daí que vem a pouca representatividade dos trabalhadores, das mulheres e de minorias no Parlamento brasileiro”, complementou. “Daí vêm a corrupção e a submissão dos parlamentares aos poderes econômicos.”

Paulo Vinícius criticou ainda o voto distrital e a cláusula de barreira. Por essa regra, os partidos que não atingiram um coeficiente mínimo para a eleição não têm direito a eleger deputados ou vereadores. Além disso, o representante da CTB ressaltou que a única participação democrática e popular hoje no sistema político tem sido o voto e defendeu o plebiscito sobre a reforma política.

O representante da UGT, Valdir Vicente de Barros, informou que a organização defende, entre outros pontos, o fim da cláusula de barreira, “assegurando o pluralismo partidário”; a mudança do critério de escolha do suplente do senador, sendo o suplente o segundo colocado na eleição; processos de cassação mais rápidos e sem foro privilegiado; e renúncia de mandato no caso de o parlamentar assumir cargo no Executivo. 

Segundo o representante da CUT, Antonio Lisboa do Vale, a central defende que representantes das chamadas minorias tenham mais representação no Parlamento. “Tivemos um único deputado indígena até hoje no Parlamento, que foi o Juruna, e hoje há um único deputado que se reconhece gay”, disse. “O Parlamento tem que ser representativo da complexidade da sociedade brasileira”, completou. Ele também defendeu o aumento da representatividade das mulheres.

O grupo de trabalho da reforma política reuniu, na audiência pública, além das centrais sindicais, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que foram convidadas para a reunião, não mandaram representantes. 

Fonte: Agência Câmara 

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