A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, declarou nesta quinta-feira que a Advocacia-Geral da União (AGU) ‘com certeza’ vai recorrer da decisão judicial que suspendeu o corte de ponto de servidores federais do Distrito Federal que estão em greve.
‘A AGU trabalhará porque nos parece despropositado alguém fazer greve e ganhar por isso’, disse a ministra, em entrevista coletiva durante o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ao ser questionada sobre a situação da greve do funcionalismo público federal. Ela comparou o episódio à decisão revertida na Justiça de divulgação de salários de servidores públicos na internet, em cumprimento à chamada Lei de Acesso à Informação.
Miriam Belchior declarou que o governo, diante de um cenário de crise financeira internacional ‘mais sombrio’, teve que ‘refazer contas’ para avaliar ‘de maneira responsável’ propostas que possam ser apresentadas aos servidores até meados de agosto.
Ao encerrar sua fala durante o balanço do PAC, a ministra avaliou positivamente os números e o andamento do programa, sem fazer referência direta à ameaça de greve de servidores ligados ao planejamento e à execução de projetos do programa. ‘Mais uma vez batemos o recorde anterior’, disse Miriam. ‘[Os ministros] estão adotando todas as medidas para acelerar ainda mais as obras do PAC’.
Durante a apresentação do balanço, representantes da Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra) distribuíram panfletos informando que os servidores ligados à área poderão paralisar as atividades no fim deste mês, dependendo da ‘conclusão das negociações’ com o governo.
‘A categoria da infraestrutura prima por uma moderna gestão pública, no exercício da gestão governamental relativa à formulação, implementação e avaliação de políticas públicas de infraestrutura’, diz o panfleto da categoria. ‘A mãe do PAC não pode deixar a infraestrutura de lado.’