Wanessa Rodrigues
Em 03/07/2012, 00:46 VIA Jornal O Hoje
A paralisação que atinge o Hospital das Clínicas (HC) não impediu a formação de fila em busca de autorizações de exames emitidas no estabelecimento. Mas apenas os pacientes para quem o atendimento pode ser feito em outra unidade de saúde conseguiram sair do hospital com o chamado chequinho em mãos. Devido à greve dos funcionários técnico administrativos da Universidade Federal de Goiás (UFG), responsável por gerir o hospital, estão sendo feitos apenas atendimentos de urgência e emergência. Atendimentos eletivos estão suspensos por tempo indeterminado. A greve na UFG começou no dia 18.
A aposentada Maria Pereira dos Passos, de 67 anos, acordou cedo para enfrentar a fila do chequinho no HC, mas saiu do local sem a autorização. Isso porque o exame que ela precisa fazer, de campo visual, só pode ser feito no próprio hospital. “É difícil porque a gente enfrenta a fila e não consegue nada. Vim preparada para passar o dia todo no hospital e, agora, terei de ir embora sem fazer o exame”, reclama a aposentada. Ela terá de esperar o retorno do atendimento.
Mesmo quem conseguiu o chequinho saiu do local insatisfeito por ter de se deslocar para outra unidade de saúde. De três em três meses, a diarista Edivânia Cardoso, 37, tem de ir ao HC para obter uma autorização de exame para a filha Yasmin, de 2 anos – ela faz tratamento devido ao baixo peso. Ela garantiu o chequinho, mas, ao contrário do que ocorre , ela não pode passar pelo atendimento no HC. “Seria bem mais fácil fazer aqui (no HC), mas terei de ir para outro local. Nem sei para onde vou”, diz.
Para não causar tumulto, membros do comando de greve montaram uma mesa de orientações próxima aos guichês de regulação. No local, é feita triagem dos pacientes e passadas informações sobre o tipo de atendimento que continua sendo feito no estabelecimento de saúde, justamente para que os pacientes não enfrentassem fila em vão. De acordo com a assessoria de imprensa do HC, no hospital estão sendo feitos apenas atendimentos de urgência, emergência e aqueles que não podem ser interrompidos, como quimioterapia e hemodiálise.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da assessoria de imprensa, informa que as emissões de autorização de exames feitas ontem ocorreram normalmente. Além disso, que não foi registrado aumento no movimento em outras unidades que emitem o chequinho. A assessoria lembra que, em julho, a procura pela realização de exames é menor que nos outros meses do ano, devido às férias. Pouco depois das 10 horas, segundo o órgão, o processo de emissão já havia sido finalizado.
