Festa e política marcaram mais uma vez a 22ª Parada do Orgulho LGBT realizada neste domingo (3) na cidade de São Paulo com o tema “Poder para LGBTI+ Nosso Voto Nossa Voz”. O ponto de encontro foi a Avenida Paulista tomada por manifestantes, militantes LGBT e de diversos movimentos sociais. O coro de “Fora Temer” se fez ouvir logo no início do evento. Iniciada às 11h30, a Parada se estenderia até as 18h, no trajeto pela avenida Consolação.
A parada tem se firmado como um ato político permanente, definem os organizadores. Desta vez a ênfase foi para a importância da representação política no Congresso Nacional que esteja comprometida com as bandeiras do movimento LGBTI+.
“A função da parada é alertar a sociedade. Se reclamamos que não temos políticas, precisamos pensar em quem vamos votar”, declarou à Folha de S.Paulo Nelson Matias Pereira, integrante da ONG Associação da Parada do Orgulho LGBT, que promove o evento na cidade de São Paulo.
Ele ressaltou que a Parada é um ato político. “Isso é um ato político. Seguimos a lógica da festa e celebração, ainda que muitos de nós não tenhamos o que comemorar por ainda sermos expulsos de seu lar, de sua escola, por causa do seu gênero.”
O Brasil é o campeão de crimes contra a população LGBT. De acordo com informações do Grupo Gay da Bahia (GGB) houve um aumento de 30% nos homicídios de LGBTs em 2017 se comparado ao ano anterior. De 343 passou para 445, em 2017. Os números apontam que a cada 19 horas acontece um assassinato de LGBT ou um suicídio em decorrência de práticas homofóbicas.
A arquiteta Mônica Tereza Benício participou da abertura da Parada. Companheira da vereadora Marielle Franco, assassinada em março no Rio de Janeiro, ela lembrou que “nossas vidas importam, nossas famílias existem”. Continuou Mônica:” A gente tem que vir aqui para fazer festa, mas também para fazer revolução. Não podemos admitir que mais nenhuma Marielle seja assassinada. Vamos seguir na luta. Marielle, presente!”.
A classe política esteve no centro das críticas e das vaias durante a Parada. O atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) foi vaiado ao discursar no início do evento. Também sobraram vaias aos políticos que integram as bancadas da bala, do agronegócio e bancada religiosa. “Vaia aos políticos fundamentalistas, o pessoal da bala, pessoal do agronegócio, o pessoal que não tá nem aí. Vaia aos fascistas do Congresso”, disse do carro de som apresentadora da Parada.
Fonte: Portal Vermelho, com agências